terça-feira, 4 de dezembro de 2012

uma estória como tantas outras. Ou não...


Vou contar uma estória a propósito da canção da Lily Allen - Fuck You

Pois é! É só o que me apetece dizer.
Bem sei que sou uma senhora mas...queria portar-me como tal, porque não basta sê-lo, tenho de parecê-lo também que nestas coisas convêm ser como a mulher de César, mas esta música tem uma estória que se fez para sempre na minha vida. 
Querem saber? Ok. Como nada me dizem eu vou contar.
Um dia, há uns anos, poucos, talvez há 3 anos mais ou menos, eu estava num dia como o de hoje em que só me apetecia rezar padres-nossos tortos e pelos mesmos motivos que os de hoje, como vêm isto é coisa antiga, e alguém que foi importante na minha vida nesse tempo mau, ofereceu-me esta música e com uma palavras mais ou menos assim: manda tudo para o caraças, não te desgastes. Não foi isto mas foi neste tom. Achei um piadão e fiquei bem disposta pois de facto encher a boca com um fuck you é tudo o que uma criatura como eu precisa para aliviar a tensão, perdoem-me os que me imaginam pessoa que nunca diz palavrões, não estrebucha nem perde as estribeiras. Mas mais vale um engano na vida que andarem toda a vida enganados.
Uns tempos depois esta pessoa saiu do meu caminho duma forma estranha e tão silenciosa que ainda hoje penso nela como os que pensam e esperam o Dom Sebastião.
Nunca mais ouvi esta música até porque se o fizesse vingava-me e com todo o prazer teria articulado um Fuck You a essa mesma pessoa que tão gentilmente me oferecera a música para que eu aliviasse o stress tido numa circunstância adversa e da qual tivera conhecimento por eu lhe confidenciar esse estado de alma. 
Um dia mais tarde, meses, fui a França com a minha filha. Visitar o meu filho que estava a fazer uma formação na área da dança aliada à imagem, num centro coreográfico, no sul. Aproveitámos e rumámos a Paris de TGV, única vez que andei nessa coisa e que me custou os olhos da cara. 100 euros uma ida de Montpellier a Paris. Mas acabei por ter o bónus de viajar no meio da neve, daquelas paisagens de parecer que estava nos postais de Natal que em Luanda recebia aquando da época natalícia e valeu o gosto para o desgosto de ficar sem cem euritos, isto em 2009 salvo erro, se fosse agora não os tinha, lolol!
Já em Paris onde chegámos pela hora do almoço fomos que nem loucas visitar tudo o que era urgente visitar até à noite. No dia seguinte de manhã, saimos de novo sem pequeno almoço tomado. Parámos na Praça da República e numa pelintrice de meter nojo, mas fazer o quê? somos mesmo pelintras, entrámos no MC Donald's que existe ali na Praça e fomos tomar o pequeno almoço que até era razoável. Estava eu a dar uma trinca num bolo quando subitamente ouvi - Fuck You pela Lily Allen. E sorri! Sorri muito. Até às lágrimas. 
E, lembrei-me do albatroz de voos rasantes dos mares do sul. Do carro da tifa nas ruas de Luanda, do muro onde os meninos se sentavam a comer pão com doce de tomate enquanto outros kanucos jogavam à bola, quantas vezes de trapos e senti-me em liberdade. Como qualquer albatroz de que me ensinaram a gostar. Voando nos mares do sul em voos rasantes acompanhando os barcos no alto mar. Numa liberdade tão grande que mandei um Fuck You cheio de intenção.
Como posso eu ouvir esta canção e lembrar-me disto tudo enquanto tomo um pequeno almoço do mais pelintra que pode haver numa praça de Paris? Posso, sim. E mais que poder, guardei na memória, para sempre este momento. 
Há canções assim. Momentos deste jeito. Sentimentos para sempre. 

P.L. Onde quer que estejas nunca vou esquecer que me ensinaste a aliviar o meu stress com esta música, nunca vou esquecer que me apeteceu dirigir-te também esta canção meses mais tarde e ta dirigi, nem tão pouco esquecerei que me lembrei de ti numa praça de Paris e...simplesmente sorri. :)
Fuck You!


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