domingo, 23 de dezembro de 2012

A Voz



Estando eu acordadíssima, às 7 horas da manhã de um domingo que prevejo descansado e descansável, liguei a televisão na SIC Mulher. 
E a abordagem a um tema que sempre me interessou prendeu a minha atenção ao pequeno ecran. A Voz.
Dizia uma terapeuta da fala que a Voz é a segunda cara. 
Achei curioso. Também, porque gosto de vozes.
Diz quem sabe que é o segundo rosto...eu direi que para mim é - o Rosto.
Não sei quando me comecei a aperceber da importância que a Voz tem na minha vida.
Deve ter sido logo de criança pois que em minha casa havia vozes bonitas. Pai, mãe, avô e tio. Depois no colégio, as professoras da 3ª e 4ª classe. No liceu, a professora de História. 
Na vida, alguns amigos. Todos os namorados. O marido, que curiosamente usava a voz como instrumento de trabalho.
A Voz tem de facto uma importância vital para mim. 
E perguntam vocês, e a tua voz? 
Pois, aqui está o busílis da questão.
Não gosto da minha voz. Queria-a mais grave. A articular na perfeição. Com boa dicção; mais baixa. Mas não é senão um desejo profundo de assim ser que não se concretizará nesta minha esganiçada vida.
Tenho voz de cana rachada no mais das vezes, até porque basta enervar-me, andar ansiosa, para perder os graves. 
Tenho sotaque. Um misto de angolano com português cantado que se calhar não resulta bem.
Tenho o pensamento mais rápido que as palavras e muitas das vezes não consigo articular de acordo andando à procura das palavras certas e que correspondam ao pensamento, gaguejando. Ora bem...
Digo palavrões o que na boca duma senhora não fica bem, sobretudo se quer impressionar.
Por último, não me importo de ficar rouca se estou constipada. É uma forma de anasalar a voz e torná-la mais sexy. Pronto, disse.
Uma voz bonita deve ser aveludada, mas firme. Grave e baixa.
Com boa dicção e a ter sotaque que seja de Angola.
A Voz tem tal importância para mim que bate aos pontos o rosto e todo o resto.
Voz bonita e sou conquistada. O contrário, não é verdadeiro. Jamais conquistarei alguém com este jeito de falar. Ou...sim? 

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