sábado, 8 de dezembro de 2012

anoitecendo-me


Anoiteço na noite que cai.
Anoiteço onde mora a saudade que me embala, me canta ao ouvido, se instalou e não se vai. 
Espero na escuridão da noite. Espero sabe-se lá o quê que há-de brilhar para lá duma curva da minha estrada. Das rugas e do tempo.
Olho as luzes da cidade.
Há um brilho qualquer que surge no fundo do caminho. Num ponto que já foi escuro. 
Não sei se me contempla. Como à época.  
Há um brilho que cintila amareladamente, esverdeadamente, azuladamente, acima do meu ombro. 
Diz que é o Natal a fazer esse milagre. O milagre das cores brilhando no alto do presente sem luz. Alumiando a rota escura como breu que dificulta os caminhos.
Há UM sinal, um ponto luminoso, um pisca-pisca que a mente me constroi e que parece adivinho está a chamar por mim. Eu gosto. 
Mas antes há-de chegar o presépio. E a estrela brilhante guiando os reis magos. 
Guiando-me nas noites como as de hoje que caem e me fazem anoitecer num beco qualquer, numa curva qualquer do caminho que me falta contornar antes de me chegar o espírito do Natal.
Enquanto isso, anoiteço-me esperando. Acredito no Natal. Ele há-de chegar.

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