segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz Ano, meus amigos!




Se o mundo fosse um circo onde todos se divertissem, hoje seria uma diversão colectiva, um verdadeiro bacanal se é que me entendem e não me levam a mal, cruzes, credo, canhoto, que espero não haja menores por aqui nem virgens púdicas e falsas. E assim o mundo não seria a aberração a que parece estamos votados, neste tempo cheio de ideias e conceitos aberrantes, em que cada lei sua sentença, cada sentença sua condenação, cada condenação sua perda de liberdade. A cada falta de liberdade, sua miséria e manipulação. 
Cada um por si, cada um para si. Obscenamente obscenos.
Se o mundo fosse um circo e eu um mágico com pós de perlim pim pim, nesta noite, a derradeira noite d'um ano difícil, inseguro e amargo, transformava-o num ano novíssimo em folha e a estrear para ninguém botar defeito. Assim mais ou menos com a designação de, AQUELA MÁQUINA. O ANO! De todos os anos. Que se não fosse a bem ia a mal.
Transformava-o num ano próspero em fé e sabedoria, união e paz, família, saúde e sucessos.
Bania a inveja e a corrupção. Ai a corrupção meus amigos, fazia-a em picadinho, cortando-a pela raiz para nunca mais vingar. 
Acabava com o preconceito e com a guerra. Distribuía a riqueza e a cada um, punha à mão de semear, uma enxada para com ela cavar.Ou a sepultura, ou daqui para fora, ou ainda para colher frutos do suor e do trabalho. E enricar...
Ai se o mundo fosse um circo! Isto sou eu a divagar numa utopia besta porque o mundo é mesmo um circo montado para nos tramar.
E eu, um peão. Um palhaço pobre que só sabe chorar ou sonhar. Às vezes um trapezista na corda bamba, às vezes feito ginasta nos salários esticados até ao fim do dia, da semana, do mês. Outras vezes um ilusinista sonhador de jogos de sorte e azar. Tudo para não me finar.
Ai se  o mundo fosse um circo! 
O mundo não é um circo; o meu mundo não é. É antes, uma barraca montada e eu uma marioneta manipulada deste hilariante e trágico sítio do picau que já não é amarelo, mas continua pequenino, sem pernas para andar nem esperanças que me façam correr ou futuros sonhar.
Mas hoje, quando o ano estrebucha, vacila e finda cabe-me reflectir, cabe-me teimar, ou fingir-me de morta para não me angustiar.
Cabe-me desejar  as boas-vindas ao ano que há-de chegar. 
Já cá estou, já cá estamos para em tudo o ajudar. 
Se o mundo fosse um circo hoje era só cantar e dançar. Gargalhar.
Façamos todos de conta e assim pela minha parte vou desejar um belo fim de ano e muita coragem para receberem o que há-de chegar.
Sejam felizes e vivam que a crise havemos de superar. Se não for a bem, lá terá de ser, a mal.
Que chovam raios e coriscos, potes e picaretas e até que os cães a bebam de pé, que caiam o carmo e  a trindade mas façamos deste novo ano que se aproxima, aquele ano, aquela máquina. Mesmo que infernal.
Daqui a nada já será carnaval e nessa altura ninguém leva nada a mal.
Feliz ano, meus amigos. Vivam!  

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