sexta-feira, 1 de julho de 2011

a previsível pitanga



Pouco me importa as considerações que fazem às pessoas que como eu falam com animais. De estimação ou não.
Acho que desde que nasci que falo com animais, pedras, paisagens, terras, estrelas, árvores, mares e sois. E até paredes...falar é importante. Quando se vive sozinho mais importante é, naquela, deixa cá ver se ainda conheço a minha voz...ena pá xinamene, será que ainda sei falar? Ou...está cá alguém que me oiça? aqui entra a Pitanga. Dona Pitanga que me recebe á soleira da porta com o seu porte elegante e o seu cumprimento esticado nas duas patas da frente. Invariavelmente lhe brindo com um - Nananinha quida...tá boa, bebé? Tem saudade da mãe, bebé? E ela olha-me no seu olhão azulão e deixa-se levar para dentro em cima do meu pé esquerdo. Excêntrica? Sim, sim. Queria eu ser logo à noite ao verificar o meu boletim do euromilhões. Isso é que era. Pagava a minha dívida, a tal que todos os portugueses têm, ao estado, e ...bazava, Com a Pitanga, claro. Em grande estilo. Se enlouquei desde que resolvi ter uma gata em casa? Louca ficava eu se entrasse em casa às 5,30 da tarde e nunca mais visse vida junto de mim. Tudo isto para dizer que a minha Maria Pitanguinha dos Santos logo que me vê sentada vem para junto de mim. Há lá alguém que me faça isso...só a Pitanga mesmo. Eu pergunto-lhe: Já papaste bebé? porque a deixara a comer a meia latinha, de pescado de espinafres, da tarde. Assim que lhe falo, dou-lhe o mote para trepar por mim acima. Literalmente. Pôe a pata na minha barriga, depois a outra e enrosca-se no meu colo como um novelo mesclado de lã fofinha, ficando entre mim e o computador. Se lhe digo mais alguma coisa, olho para ela, rio ou lhe sopro para as orelhas, de propósito para lhe ver a reacção, olha-me a um palmo do meu nariz, estende a patinha e recolhe as unhas. Com a almofadinha que a patinha tem, faz-me uma festinha na bochecha. Digam lá se não é um encanto de bichinha? Como gente. Como gente???? A minha gata é uma menina linda e eu adoro-a. Foi o melhor que me aconteceu, tê-la a viver comigo. Podem ver nas fotografias como tenho razão.

2 comentários:

Anónimo disse...

Oh Maria Clara como eu conheço bem a sensação que tem e o que quer dizer quando fala da bela Pitanguinha.Eu tenho uma Tita, que me adoptou, há dois anos e meio, num dia de temporal.Mas que durante muitas semanas me seguia desde o trabalho e durante grande parte do percurso até casa.Até que naquele dia foi definitivo.E é a amiga/paixão que quase respira de alívio quando chego ao fim da tarde.Mas no dia seguinte, fica com os belos olhos verdes esbugalhados, interrogando-se porque a deixo de novo.Boa sorte para vocês.Bj Elena Sines

Maria Clara disse...

Olá Elena.
Obrigada.
Bjs