domingo, 4 de setembro de 2011

curiosidades III

foto tukayana.blogspotOs espanhóis estão logo ali. Quaisquer 12 quilómetros os separam de nós. Hoje, chegam até Chaves para turisticamente usufruirem da cidade. E tiram fotografias. Aqui. N'outro tempo, do alto destas muralhas a vigilância era constante.
Cá p'ra mim e correndo o risco de ser vaiada, se os antepassados tivessem fechado os olhos e não fossem tão patriotamente valentões, esta ervilha que anda tão mucha, seria Espanha...
Porque não? Assim como assim até tenho uma costela espanhola, por parte das Baltazaras, como chamavam a esse ramo da família.
Então não querem lá ver isto? Descobri que a bisavó a que chamo Torrinha e era espanhola, se chamava Baltazara. Sô Santos sempre a tratou por Maria Torrinha. Depreendo que se chamaria Maria Baltazara Torrinha. Seria? Quando me reformar, vou tirar-me dos meus cuidados e vou investigar por esses registos fora. Sei que há gente que é do Felgar, outra aldeia, ali perto da Gouveia. E de outros lugares mais longínquos. E até soube coisas que me divertiram e que outras cabeças não achariam a mínima graça, como pertencer a uma família de contrabandistas. Sim porque a isso se dedicavam alguns dos elementos; ao contrabando entre Portugal e Espanha. Já desconfiava disso, não por o terem deixado geneticamente, apesar de haver muitos comerciantes entre nós, eu própria gostaria de o ser, mas porque sempre prestei a maior atenção às estórias que o pai contava, sobre o seu pai, avôs e tios. Também soube que a nossa família era abastada, pois matava o porco todos os anos ( sinal exterior de riqueza ), tinham animais para transporte e para o trabalho do campo e as casas que pertenceram à avó Clara e seus irmãos eram casas boas à época, para além de haver uma parte da família muito ricos que eram conhecidos por, Os Senhores. ( deve ser por isso que alguns acham que eu me dou a ares de muito nariz empinado, muito A Senhora ). Esses, estão quase todos no Brasil e fazem parte da família Sendas, família essa de sucesso em terras de Vera Cruz. Ora isso é que me dava jeito, sim senhora. Esses Senhores.
No fundo, no fundo, tudo isto me diverte. É giro saber coisas sobre o sítio e as pessoas de que descendo. Estou a ser muito leviana. Não é só giro, é muito mais do que isso. É fundamental. Extraordinário.
Mas é, sobretudo, fascinante saber que a minha família tem gente virada para as artes. Que lhe corre nas veias essa forma de expressão. Gente que deixou falar a alma e seguiu esse caminho com sucesso. Descobri que há vários cantores e músicos entre primos e filhos de primos. Já tinha gente que desenha, projecta e pinta muito bem, que dança, que representa, que faz disso profissão, sabia que os meus antepassados tinham a tal veia artística, porém não sabia que entre os que não conheço existem tantos artistas. Gostei de saber. Gostei também de saber que gostar de cozinhar e fazê-lo bem não é uma arte só do pai, do mano Zé, minha, é comum a muitos elementos da família, no passado e no presente.
Conclusão a que chego: esta família de que descendo deixou-nos uma herança muito rica. Continuarmos no Ser em vez do Ter.
É uma família que tem Alma e se alimenta dela.
Que bela descoberta eu fiz, nestas férias!
Nos tempos que correm, Ter é que era, dizem alguns.
Não se pode ter tudo e a escolher...Ser, é a escolha.

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