quarta-feira, 26 de março de 2014

o Poeta


O verdadeiro poeta não é o que estica o dedo e acusa. Esse é arrogante e injusto. E rejeita a sua musa.
Nem é o dissimulado. Esse é mercenário, cego e doente. Vende-se, compra-se, engana. Finge tudo o que sente.
O verdadeiro poeta quando é duro nas palavras, fala da vida da gente. E da sua. Das pedras que nos são atiradas. Das rochas da sua terra. Do seu mar, da bravura, da dureza dos que escapam à manada.
E possui a timidez da humildade. Que casa com felicidade.
E mais do que vencer, o que lhe importa é aprender, com a poesia do universo, porque não é perverso.
Quando oiço dizer que o poeta é um fingidor, sorrio ao atrevimento. Sem fingimento.
Porque a alma do poeta é mais transparente que a água e que o cristal. E não rima senão com destino e sentimento.
O verdadeiro poeta não desdenha nem mente.
Não espalha a semente da maldade, nem difama um seu igual.
Porque um verdadeiro poeta não é mundano, nem normal. Passeia-se pelo tempo espiritual. Irreal...
Ri e chora, sofre, delira e ama como um louco, que não conhece qualquer mal.
O verdeiro poeta tem a liberdade na mão e os sonhos no coração. Não se deixa formatar. Não se deixa acorrentar....

( a propósito do dia da poesia )

2 comentários:

Agostinho disse...

Eu diria, todo o homem é poesia. Cada um com o seu sabor.
Uma boa reflexão, Maria Clara.

Maria Clara disse...

Obrigada :)