foto tukayana.blogspot - praia de Faro
Não foi a primeira vez...
Um dia, era domingo, como me lembro bem...estava quase o almoço terminado e toca o telefone. Era de Trás-os-Montes. A Leonor, não só saira do coma, como também do hospital.
Voltei para a cozinha para levantar a mesa e colocar a louça na máquina.
- A minha prima Leonor já está em casa.
Daí a ver o caminho para Chaves foi um ápice. O regresso foi depois do jantar e a chegada a casa foi de madrugada.
Chaves fica no norte de Portugal, num Trás-os-Montes profundo, entre montes e serras, estradas e caminhos, pontes e pontões.
Muralhas e história.
Dizem que o que tem de ser tem a tal força que move montanhas. Sou eu a dize-lo e a fazer essa força sempre que algo me empurra com força, a isso.
Ontem não foi portanto a primeira vez nem a segunda, nem terceira, tão pouco quero que seja a última. Se for possível, universo, dá o empurrão para que esta dinamica não se perca e possa seguir o institinto, perseguir a vontade, dispor-me a põr pés ao caminho.
- Sábado vamos ao Algarve.
Fiz contas de cabeça. Afinal, não foi sábado. Foi domingo. e fui também.
Há muito tempo que não ia a Faro. Há sete anos.
A cidade está mais bonita e calma. Pode ser do inverno.
A ilha está mais bonita também. Pode ser dos meus olhos.
E a Ria Formosa fascinou-me. Pode ser do meu coração.
Conheço-a dali e a caminho de Vila Real de Santo António. De Tavira.
Mas ontem a Ria foi mais ela. Mais minha. Mais próxima e fascinante.
Foram olhos que já viram muito, que ma mostraram. Olhos que conhecem a beleza das coisas. A alma que existe no que é belo. Olhos que selecionam.
Fui eu de alma livre e receptiva. Fomos nós, pessoas que nos encontrámos num daqueles encontros e reencontros felizes, que sabem a amor que não morre, que é a amizade que une pessoas desde a escola, desde a terra onde nascem. E as pessoas dessas pessoas, também.
Foi um dia maravilhoso. Longe da capital. No sul. Com sulistas.
Depois, o regresso.
Trouxe na pele uma primavera antecipada e nos sentidos o iodo, o horizonte e o carinho com que fui presenteada.
Trouxe no bolso um dia fantástico e no coração, amigos.
Não foi a primeira vez que fiz muitos quilómetros para abraçar alguém e voltar de seguida. E não quero que seja a última.
Sou daquelas pessoas que diz que se Maomé não vem á montanha, vai a montanha a Maomé. Não terá sido bem assim, mas é com esta energia que ponho pés ao caminho e não perco as oportunidades que me são oferecidas, algumas vezes de bandeja.
O caso...
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