quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
o tempo
No dia que nasce
Na nuvem que desaba
No arrepio da pele
Sinto o inverno
Que me envolve
E me sorri...
Recebo assim
A graça da vida
E sorrio também
Há-de chegar o dia da despedida
E o meu espírito, sem culpa
Se alegrará
Logo que os lírios do campo
E os ninhos das árvores
Reclamem o seu tempo
As tardes se alonguem
Os grilos cantem
E os pirilampos iluminem os caminhos
Por enquanto
A chuva prepara a terra
O sol embala as nuvens
Os bichos hibernam
As frutas sonham a sua flor
E eu faço um intervalo
No tempo sem estrelas
No mar deserto
Na falta das cerejas
Na saudade do calor
Um dia qualquer
Olharei o horizonte
E a primavera será a ponte
O caminho para a estação
Onde mora o meu coração
Mas hoje...
hoje o dia nasceu
E o inverno, de direito, me envolveu.
m.c.s.
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