segunda-feira, 29 de abril de 2013

saudade


Se a saudade me matasse estaria cumprindo mil vidas até morrer feliz só de poder te encontrar na estrada da minha vida, que sonho diariamente percorrer, para encurtar a distância. Para desfazer esta nostalgia do que foi mas não é, do que há-de ser, se for, do que pode nunca ser.
Se a saudade falasse teria uma palavra a dizer e eu seria toda ouvidos. Seria um parágrafo. Uma estrofe. Um ponto de interrogação ou reticências. Seria um poema, o mais belo poema que hei-de inventar só para te oferecer. Um livro. Aquele livro que um dia lerei, lerão numa saudade sem fim, numa grande exclamação...
Se a saudade partisse eu queria partir também para morar nos sonhos teus, no teu olhar, na tua voz, na lágrima rolando no teu rosto tão bonito. No teu naufragar...
Porque se a saudade me abandonasse ia ficar um vazio que não aceito nem queria desfrutar. 
Um nada, bem pior do que não me leres, não me ouvires, não falares. 
Não estares. 
Tenho saudade de ti...

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