Disseram-me assim:
- Estás bem não estás? Pareces mais nova...
Sorrio perante frases que acredito que não são apenas construídas sob o alicerce duma reforma que me deu já uma semana de vida livre e por isso desabafos, palavras feitas e prontas para serem utilizadas só porque sim.
Acredito que vejam no meu rosto, na minha atitude, uma luz nova, um relaxar de rugas de expressão carregada pelos dias e dias de pressão, pelas noites e noites mal dormidas ou dormidas a correr na pressa de acordar e voltar ao lugar comum de tantos anos. Trinta e quatro.
Acredito que tenha deixado de ser um robô e isso seja notório.
Acredito no meu sorriso e na minha serenidade. No meu vigor que ocupou o lugar do costumeiro cansaço.
Acredito até nas pessoas que se me dirigiram ansiosas de recuperarem para elas aquilo que encontraram no meu semblante.
Não tenho como não acreditar pois que o rosto, dizem, é o espelho da alma e esta há muito tempo não se sentia tão leve.
Foi agradável voltar ao lugar onde já não pertenço e olhar de fora o espaço e as pessoas na rotina que foi minha também e não sentir o peso do dia.
Nem resignação ou indiferença. Tão pouco animosidade.
Saltei o muro.
Já pertenço a outro espaço. E todos sabemos disso.
Tudo está bem quando acaba bem.
O caminho? Paciência e inteligência emocional.
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