Há dias de sol.
Não precisei chamar por ele. Surgiu, sorrindo poderosamente.
Reinando. Brilhando no céu. E também nos pequenos céus, que, as almas em busca de crescimento e de paz, tocam com as pontas dos dedos.
Viver é sentir o sol entrando pela janela, natural, simples e amigo. Agarrá-lo.
Hoje esteve presente e me fez lembrar, kanuca feliz, sentada no muro da casa, pés chapinhando no tanque de peixinhos vermelhos, perfume espalhado no jardim, das rosas brancas e chá, que o avô cuidava com desvelo e olhar de amor. E papagaio encarnado e amarelo, feito de canas cruzadas e cauda de pano de riscado, às cores, puxado no fio, voando, voando tão alto, nos sonhos de candengue, meu irmão de sangue, fazendo a nossa tarde ser maior.
Amar é gostar de desenhar o sol e pintá-lo das cores que a memória conhece.
E reinventá-lo nas tardes de primavera.
É tão simplesmente fechar os olhos e sentir o beijo longo, sabor a carinho que vem poisar na pele ansiosa de calor.
Há dias de sol! Em mim...
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