" Boa tarde tia ".
Aqueceu-me o coração. Aquece sempre. Porque é para aquecer.
Nem sempre tenho o coração confortado. O sol africano nem sempre brilha na minha alma.
Há demasiado inverno esfriando-me a pele, a mente e a alma nesta europa onde me detenho há tanto ano.
É em Luanda que sou tratada por " tia ". Quer na rua pelos vendedores quer pelos kanucos angolanos sou assim acarinhada num sinal de respeito e de consideração. Que me comove.
Sou tia de sangue de dois rapazes. Sou tia avó dum menino recém-nascido.
E sou tia de muitos meninos, filhos de amigos. Angolanos...
Não sou " tia " de Cascais. Mas sou tia porque em Angola o parentesco é também uma constante entre amigos.
" Boa tarde tia ". Há quanto tempo não era assim tratada!
Como me faz falta estar rodeada de sobrinhos de uma África fraterna!
Hoje, neste Abril lembrado, família é família mesmo que longe. Mesmo que não seja de sangue e faz sentido, todo o sentido este, boa tarde tia.
Sem comentários:
Enviar um comentário