sexta-feira, 5 de abril de 2013

logo se vê...


Sento-me no sonho de viajar nas asas de um albatroz.  
Sento-me porque não há forma de o fazer de outro jeito. Senão esperar sentada que o sonho se faça presente. Bênção de Deus...
Fecho os olhos e vejo-te. Ali num beco sem saída da minha vontade de imaginar-te pronto também para o sonho. Para o voo. Sem saída, só porque é giro para o sonho e não porque te veja algemado, ou te acorrente sadicamente ao sonho num lugar de memória por onde não possas escapar. 
Mesmo no sonho de voar-te e sonhar-te, te deixo livre e até te dou o privilégio da escolha. Pode ser uma andorinha do mar, pode ser uma gaivota, sabiá ou siripipi. Pode ser um albatroz...
Há um aviso que paira no ar. Que é limpo porque o sol se fez aparecer, brilhando na sua luz e atirando para as sombras dos sonhos que viram pesadelos, a tempestade e as energias mais negativas que nos atrasam a vida e nos castram os sonhos. E nos fazem desencontro.
Ah, o aviso, que paira no ar ...tens razão. Disperso-me e deixo pela metade, propósitos, páginas em branco, lugares que se tornam vazios. Indecifráveis. Não é por mal. É só uma incapacidade muito minha. Embora não seja declarada incapaz, tenho a minha dose, que é que queres?
Só de sonhar-te, sentada e recebendo a luz do astro rei, já me sinto perfeitamente a alucinar, a pairar, na lua, cheia de luz...
O aviso? Tem a ver com o albatroz e aquela velha saga. Sonho antigo. Pássaro exemplar. O tal que acasala uma vez na vida porque é fiel, leal, porque é um pássaro de corpo inteiro e asas gigantes, como os sonhos. Um pássaro para a gente lembrar. Conquistar. 
Com garantia. Forever!
Na verdade é que qualquer banco de pedra, qualquer pedra pequenina que seja, qualquer chãozinho, na beira do meu caminho, sorri para a minha apetência para o sonho de te sentir aí. E por isso é que eu insisto. Persistência nunca fez mal a ninguém. Se queres chama-lhe teimosia. Paranóia. Loucura. Vontade de apanhar. É o que tu quiseres. Estou por tudo. Há uma coisa que eu consigo perceber. Enquanto te sonhar és aquilo que eu quiser. Quando acordar, logo se vê...

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