quinta-feira, 25 de abril de 2013

o ( des)encanto de Abril


Não sei de rosas nem cravos, 
Nem outras flores do jardim
Não sinto o perfume do tempo 
Na estação em que me perco
Me encontro, me morro 
Ou me adormeço
Não vejo sinais de fumo
Não tenho estradas abertas
Nem rios 
Nem mares
Nem lugares
Nas margens das pontes desertas
Que me tragam a luz da manhã
Que renovem a minha esperança
Não vejo nem na criança
Futuro para este país.
Desenho a flor de Abril
Que guardo, retenho e rego
Na minha cansada memória
É urgente conservar a história
É urgente não apagar
Os destinos traçados na mão
Pelo punho do cidadão 
É urgente acreditar
Que algo vai ter de mudar.

Não sei de rosas nem cravos
Nem outras flores do jardim
Mas quero ver, do chão brotar
Girassois, papoilas, jasmim
Quero poder semear
A semente do futuro em mim...

m.c.s.

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