Hoje é feriado. O último que havemos de comemorar, na boa vida. A
igreja abriu mão.
Eu, que por acaso, ou não, tenho um carinho especial por esta data, não gostei dessas mãos largas da igreja, mas quem sou eu? Um número.
Senão vejamos. Bilhete de identidade. Contribuinte. Eleitor. Passaporte. ADSE. E por aí adiante…
O dia, triste, triste que eu sei lá, talvez porque já chora por saber da sua sina para o ano que vem, apresenta-se-me como um intervalo nestes dias de trabalho de Agosto que mais parecem castigo do que dever de trabalhador deste país baralhado, amuado e tramado, p’ra não dizer palavrão, por uns e outros.
As férias dos outros dizem muito dos outros e de mim. Todos querem estender-se ao comprido e relaxar num qualquer lugar plástico ou não, e de preferência a esticar as vistas para o sonho( por vezes passa a pesadelo, mas isso…logo se vê ) que pode ser, uma caipirinha, já aí vem?, uma água de coco, também não me importava, ou para a boazuda que acabou de passar o bronzeador no corpo, isso já dispenso, não é por nada mas sou heterossexual, só por isso, apesar de estar daqui do sofá a imaginar a dita passando devagar o dito, e o vizinho ali da espreguiçadeira, debaixo dos seus óculos escuros num disfarce que a gente há muito que sabe que não é para resguardar os olhinhos mas para se resguardar duma cotovelada da parceira do lado, então o que vem a ser isto? Pergunta ela despeitada porque quem dera ter aquele corpinho de sereia, essas atrevidas vêm para aqui provocar os homens das outras, vê-se mesmo que é brasileira, ou africana, deviam correr com elas daqui p’ra fora é o que é, e tu seu parvalhão? Ainda olhas? É por essas e por outras que há tantos divórcios. Respeitinho, nem do teu filho tens respeito…Desavergonhadas!
As férias dos outros podem ser piores que as minhas mas se eles estão de férias, estão melhores que eu com certeza e eu fico assim a dar para o arreliado e como cão a roer ferro por não estar no lugar do outro. De forma que um feriado a meio da semana, naquele dia que faz a separação entre a tromba estendida, que nunca mais chega sexta-feira e o sorriso rasgado até às orelhas, já lá vem a sexta, já, já, iêeee, cai que nem ginjas, e é essa fruta boa, que convertida em licor, ainda é melhor e que faz logo lembrar lazer, viagens, férias, com passagem por Óbidos onde se bebe uma ginja de chorar por mais bebida e viagens que nos levam a sítios bestiais, repito, e é essa fruta boa que nos querem tirar. Aliás tiraram-nos já, pois que para o ano diz quem sabe que tarde piaste.
Na verdade é menos uma missa de feriado que têm de rezar os que abriram mão do dia santo.
Não sei, mas se calhar foi isso, afinal p’ra eles são todos, dias santos.
Lá está. A gente só pensa no nosso umbigo. Eu para o ano também não preciso desse feriado que curto himalaias e do qual tenho recordações bué da fixes. Vou reformar-me antes, espero. E vou bazar, bater com a porta, adeus e oxalá, vai ver se estou na esquina que a morte é certa, eu já trabalhei muito e quero os meus feriados de volta. Vai ser o contrário da frase, patrão fora dia santo na loja. Vai ser mais, patrão em casa e dia santo todo o santo dia…
Enquanto isso, olho para o dia de hoje e sinto pena dele. Escolheu chorar em vez de sorrir num sol radioso. Eu, que sou filha de Deus, vou fingir que não estou a ver, vou olhar mesmo por cima da burra, almoçar com a caçula e passar uma tarde bem boa, porque intervalos destes a meio da semana são preciosos e há que aproveitá-los. Não beberei caipirinhas, nem verei matulões passando bronzeador e exibindo músculos criados em ginásios, nem tão pouco o mar, mas uma massa espetacular me espera, o rio Almonda está aí a dizer que também é gente, quer dizer, também é lindo de ser admirado pela gente e a caçula e o seu príncipe são as melhores companhias que eu podia ter a meio da semana em dia de descanso, no ribatejo.
Um bom dia para todos, de férias ou não. Que o passem como o desejarem. Eu não sou esquisita com a vida dos outros. Só com a minha e às vezes olhe lá…
Eu, que por acaso, ou não, tenho um carinho especial por esta data, não gostei dessas mãos largas da igreja, mas quem sou eu? Um número.
Senão vejamos. Bilhete de identidade. Contribuinte. Eleitor. Passaporte. ADSE. E por aí adiante…
O dia, triste, triste que eu sei lá, talvez porque já chora por saber da sua sina para o ano que vem, apresenta-se-me como um intervalo nestes dias de trabalho de Agosto que mais parecem castigo do que dever de trabalhador deste país baralhado, amuado e tramado, p’ra não dizer palavrão, por uns e outros.
As férias dos outros dizem muito dos outros e de mim. Todos querem estender-se ao comprido e relaxar num qualquer lugar plástico ou não, e de preferência a esticar as vistas para o sonho( por vezes passa a pesadelo, mas isso…logo se vê ) que pode ser, uma caipirinha, já aí vem?, uma água de coco, também não me importava, ou para a boazuda que acabou de passar o bronzeador no corpo, isso já dispenso, não é por nada mas sou heterossexual, só por isso, apesar de estar daqui do sofá a imaginar a dita passando devagar o dito, e o vizinho ali da espreguiçadeira, debaixo dos seus óculos escuros num disfarce que a gente há muito que sabe que não é para resguardar os olhinhos mas para se resguardar duma cotovelada da parceira do lado, então o que vem a ser isto? Pergunta ela despeitada porque quem dera ter aquele corpinho de sereia, essas atrevidas vêm para aqui provocar os homens das outras, vê-se mesmo que é brasileira, ou africana, deviam correr com elas daqui p’ra fora é o que é, e tu seu parvalhão? Ainda olhas? É por essas e por outras que há tantos divórcios. Respeitinho, nem do teu filho tens respeito…Desavergonhadas!
As férias dos outros podem ser piores que as minhas mas se eles estão de férias, estão melhores que eu com certeza e eu fico assim a dar para o arreliado e como cão a roer ferro por não estar no lugar do outro. De forma que um feriado a meio da semana, naquele dia que faz a separação entre a tromba estendida, que nunca mais chega sexta-feira e o sorriso rasgado até às orelhas, já lá vem a sexta, já, já, iêeee, cai que nem ginjas, e é essa fruta boa, que convertida em licor, ainda é melhor e que faz logo lembrar lazer, viagens, férias, com passagem por Óbidos onde se bebe uma ginja de chorar por mais bebida e viagens que nos levam a sítios bestiais, repito, e é essa fruta boa que nos querem tirar. Aliás tiraram-nos já, pois que para o ano diz quem sabe que tarde piaste.
Na verdade é menos uma missa de feriado que têm de rezar os que abriram mão do dia santo.
Não sei, mas se calhar foi isso, afinal p’ra eles são todos, dias santos.
Lá está. A gente só pensa no nosso umbigo. Eu para o ano também não preciso desse feriado que curto himalaias e do qual tenho recordações bué da fixes. Vou reformar-me antes, espero. E vou bazar, bater com a porta, adeus e oxalá, vai ver se estou na esquina que a morte é certa, eu já trabalhei muito e quero os meus feriados de volta. Vai ser o contrário da frase, patrão fora dia santo na loja. Vai ser mais, patrão em casa e dia santo todo o santo dia…
Enquanto isso, olho para o dia de hoje e sinto pena dele. Escolheu chorar em vez de sorrir num sol radioso. Eu, que sou filha de Deus, vou fingir que não estou a ver, vou olhar mesmo por cima da burra, almoçar com a caçula e passar uma tarde bem boa, porque intervalos destes a meio da semana são preciosos e há que aproveitá-los. Não beberei caipirinhas, nem verei matulões passando bronzeador e exibindo músculos criados em ginásios, nem tão pouco o mar, mas uma massa espetacular me espera, o rio Almonda está aí a dizer que também é gente, quer dizer, também é lindo de ser admirado pela gente e a caçula e o seu príncipe são as melhores companhias que eu podia ter a meio da semana em dia de descanso, no ribatejo.
Um bom dia para todos, de férias ou não. Que o passem como o desejarem. Eu não sou esquisita com a vida dos outros. Só com a minha e às vezes olhe lá…
2 comentários:
Ânimo minha amiga. Para o ano, esteja ou não reformada, terá o seu feriado no dia 15 de Agosto.
No acordo com o governo, a igreja acabou por abrir a mão Corpo de Deus (móvel) e do 1º. de Novembro.
Obrigada pela informação, GM.
Abraço.
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