Há dias estranhos. Como o de hoje. Dias que não passam.
Apesar de tanto se falar do tempo que corre sem parar.
Estranhos porque não cabemos neles.
Há terras onde os dias não passam. Terras nas quais não cabemos.
Dias e terras cheios de nada.
E nós a querermos ser gigantes. E nós, pobres de nós, pequenas formigas…
Lembro uma pessoa próxima na minha existência profissional que me dizia ser eu e os meus filhos pessoas que não cabiam nesta terra. Que a terra, pequena, para gente como nós, não nos dava o mundo que precisávamos. Na época sentia uma certa vergonha dando crédito a essa presunção. Mas que provocava alguma instabilidade no meu conformismo aparente, provocava, e acabei tomando a única atitude possível para afirmações destas que foi, deixa-me cá perceber porque raio ela diz isto, sendo que não é para me bajular. E de pensamento em pensamento fui percebendo, sobretudo quando me remetia para Luanda, mundo meu já tão intensamente vivido e a viver de novo, sempre que depender de mim. No olhar posto sobre o horizonte infinito vendo-me nele, acreditando que sou capaz e que esse mundo também é para mim, para já não falar das crias. E intrigava-me como se fazia em mim essa leitura de alma curiosa, incoformada, insatisfeita, sôfrega. Como se encontravam as palavras mágicas de ser poucochinho o lugar onde me encontrava, com o que tudo isso implicava para o meu espírito inquieto, sonhador e ansioso de ser um pouco mais que gente comum. Um pouquinho mais…
O suficiente para não ficar metida entre quatro paredes, entre montes e serras, navegar em rio de águas paradas, andar por caminhos de becos sem saídas.
Há pensamentos e pretensões que nem ousamos pensar alto com receio de que até os surdos oiçam e nos façam a folha. E nos tirem o retrato, que nunca é o verdadeiro. E nos façam mal, o que em terras pequenas e opressoras significa carimbado para sempre com o sentimento ruim da inveja e da maledicência.
Apesar de tanto se falar do tempo que corre sem parar.
Estranhos porque não cabemos neles.
Há terras onde os dias não passam. Terras nas quais não cabemos.
Dias e terras cheios de nada.
E nós a querermos ser gigantes. E nós, pobres de nós, pequenas formigas…
Lembro uma pessoa próxima na minha existência profissional que me dizia ser eu e os meus filhos pessoas que não cabiam nesta terra. Que a terra, pequena, para gente como nós, não nos dava o mundo que precisávamos. Na época sentia uma certa vergonha dando crédito a essa presunção. Mas que provocava alguma instabilidade no meu conformismo aparente, provocava, e acabei tomando a única atitude possível para afirmações destas que foi, deixa-me cá perceber porque raio ela diz isto, sendo que não é para me bajular. E de pensamento em pensamento fui percebendo, sobretudo quando me remetia para Luanda, mundo meu já tão intensamente vivido e a viver de novo, sempre que depender de mim. No olhar posto sobre o horizonte infinito vendo-me nele, acreditando que sou capaz e que esse mundo também é para mim, para já não falar das crias. E intrigava-me como se fazia em mim essa leitura de alma curiosa, incoformada, insatisfeita, sôfrega. Como se encontravam as palavras mágicas de ser poucochinho o lugar onde me encontrava, com o que tudo isso implicava para o meu espírito inquieto, sonhador e ansioso de ser um pouco mais que gente comum. Um pouquinho mais…
O suficiente para não ficar metida entre quatro paredes, entre montes e serras, navegar em rio de águas paradas, andar por caminhos de becos sem saídas.
Há pensamentos e pretensões que nem ousamos pensar alto com receio de que até os surdos oiçam e nos façam a folha. E nos tirem o retrato, que nunca é o verdadeiro. E nos façam mal, o que em terras pequenas e opressoras significa carimbado para sempre com o sentimento ruim da inveja e da maledicência.
Hoje, o dia não passa. A terra faz-se presente mais que nunca e eu não
sei como me sinto. Mas que me sinto, sinto. E não gosto deste sentir que ganha
um certo jeito para o abatimento e queda na minha persistência e garra. Na
minha gana para vencer.
É nestes dias que me vejo sem chão onde cair morta e desanimo.
Talvez amanhã o dia me acene.
Talvez amanhã haja alguém que me diga de novo que esta terra é pequena para o meu crescimento e que se fico nela rebento-lhe as costuras.
Talvez amanhã, seja diferente.
Talvez eu acredite…
É nestes dias que me vejo sem chão onde cair morta e desanimo.
Talvez amanhã o dia me acene.
Talvez amanhã haja alguém que me diga de novo que esta terra é pequena para o meu crescimento e que se fico nela rebento-lhe as costuras.
Talvez amanhã, seja diferente.
Talvez eu acredite…
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