segunda-feira, 19 de setembro de 2011

futurologia

foto retirada do googleConversa puxa conversa e as conversas diz que são como as cerejas e como estas já lá vão e estamos no tempo das vacas magras, e apenas os caroços ficaram, Setembro é o mês dos diospiros e a seguir vêm as romãs, ocorre-me que este é o mês das mudanças. Do início de coisas e de factos. E ocorre-me também que há quem defenda que o Natal devia ser em Setembro, fim do verão e não no princípio do inverno, o que é no mínimo estranho pois que natal quer dizer nascimento.
Mas África está na moda, a ver, melhor, ouvir, pela música que passa nas discotecas e que os europeus dançam como se viessem directamente da tribo nos confins duma sanzala perdida nas montanhas. Mas no fundo, o Natal com calor era fixe. Muito calor e festa a suar a testa... eu, bem eu, não sei se acharia piada, até porque sei vinte anos de natais com calor. Aliás, não sei se acharei piada ao natal deste ano. Senão vejamos: Ganho calores só de pensar no magro subsídio que por aí vem.
Cá p'ra mim, vamos esquecer o bacalhau da Noruega. E passar a chicharro. O perú passará a frango d'aviário. E o arroz doce, a trinca, doce. Os embrulhos de papel dourado e fita vermelha com um fio de seda e a surpresa rica e bela, dentro, a botinhas de lã para dormir, feitas em casa e embrulhadas a papel de embrulho pardo. A lareira acesa dará lugar à braseira da camilha. Os jogos de computador a batalha naval, ao stop e ao burro. As velas perfumadas a cotos brancos e antigos guardados na despensa para o caso da luz faltar e a televisão apagar-se-à para não corrermos o risco de mais um " Sozinho em casa " e assim mataremos dois coelhos duma cajadada só. Para pouparmos claro. Quanto a roupa nova, vamos esquecer. Uma camisola preta, pois o preto nunca nos compromete. Acrescentaremos um acessório baratinho feito à mão em crochet preso por um alfinete de dama e esse toque novo mudará tudo. As botas do ano passado mudarão de côr. E dar-nos-ão a ilusão que são outras e novas.
O cabelo não verá tinta castanha com reflexos dourados, e as brancas aparecerão num conformismo gritante de que o natural é que é bonito.
Chegada a meia-noite, o mais sensato é irmos à missa do galo ( não da cócó de pescoço pelado, que ali, ainda é galo e tenho fé que será por longo tempo ). E rezarmos. Rezarmos muito para que Deus ilumine os homens. Pode ser a candeeiro a petróleo. Para poupar. Eles, os ditos, precisam de luz, sobretudo os responsáveis pela escuridão triste deste Natal. É que orar ainda não paga imposto. E os sítios de culto ainda não têm pórticos
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O sonho de natal, a sonhar em Setembro, pode ser um sonho lindo, mas parece-me que o podem transformar num pesadelo. Será que acordaremos dele? Eis a questão. Como a do Natal ser em Dezembro e não em Setembro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olha amiga já diz o Marco: Pão de pobre quando cai, cai com a manteiga virada para o chão!
Olha e houve um ano que por piada embrulhàmos os presentes em folhas de lista telefónica e papel pardo, com bonitos arranjos de cordinha e pequenas bolinhas de Natal.E foi um sucesso.Mas aqui en casa tb é td tolo!:)

bjbj

Lena

maria disse...

Carapaus Maria Clara?
Tem dó não é?
Eu recuso-me a comer carapaus na noite de Natal.
Queres passar o Natal cá em casa? Ihihihihih!