sexta-feira, 25 de junho de 2010

o banco de pedra

No banco de pedra onde esteve sentado o velho das nêsperas, estavam, hoje, três criaturas e um cachorrinho malhado, preto e branco.
Numa indigência mental fortíssima. Elevando à categoria de gente o cachorrinho, giríssimo e aparentemente feliz.
Em pé, o dono do cão. Homem para vinte e cinco anos relaxados.
Todos gargalhavam para o cachorrinho que abanava o rabo fazendo traquinices, em saltos que o tornavam animal de duas patas.
Quando passei, a indigência perdeu a vergonha e a uma voz, diz:
Vá, vamos lá Gervásio ( nome do cachorro ), vamos ver as gajas. Quer dizer mais gajas.
Gargalhando, a indigência colectiva, divertida, olhou para mim.
Olho sempre as pessoas. Se possível nos olhos. Do grupo, só o cachorrinho sustentaria o meu olhar. Passar esta situação dura segundos, por isso continuei a caminho do trabalho que nesta altura do ano e cheirando a férias, pesa.
Não consegui evitar pensar que de regresso a Torres Novas, é mau pensar que só estou bem onde não estou, quando estou neste lugar. É triste. Mas é verdade.

1 comentário:

anónimo disse...

Vai com calma. Pensa só nas férias que aí vêm.T.n. pelos vistos é o teu pesadelo. O que vale é que tens muitos sonhos. Sonha-os mulher. b.f.s.