sábado, 29 de maio de 2010

Talento

Li um texto tão poderoso quanto belo. Daqueles que queriamos que não acabassem. Ou que o autor escrevesse milhares, milhões deles e tivessemos leitura até sucumbirmos de exaustão. E tivessemos emoção até ao desmaio, ou mesmo ao coma.
Não foi António Lobo Antunes ou Mia Couto, quem escreveu. Mas podia ser. Ou não.
Não estou a ser justa com o autor. Que me merece todo o respeito, ou mais, que o que tenho pelos meus escritores preferidos. Adivinho-o um escritor de mão cheia. De talento, de arte e grande conhecedor das almas e dos sentimentos. Da vida.
Porque as palavras jorram como água cristalina correndo pelos rios grandes, indo desaguar nos mares azuis imensos, a sul. Como labaredas vermelhas e flamejantes, das queimadas africanas, como prata pincelando a baía de Luanda em noite de lua cheia, como pássaro livre, qual albatroz em voos rasantes, como filme romântico que ainda hão-de inventar, como música que nos faz dançar...
O autor, este gigante, do texto que li hoje, tem a arte que eu queria ter.
Eu, que me sinto formiga, perante tamanho talento e sensibilidade.
O talento dos sentidos abraçando as letras que se entrelaçam em palavras feitas frases, fazendo nascer textos que se tornam tratados. De sabedoria, ternura, sonho e poesia.
Tem a arte de saber dar a entoação certa na emoção e paixão, que transformam palavras em confissões, constatações, cores, momentos e caminhos. Sonhos em futuros, passados em presentes e presentes em desejos. Segundos, em eternidades.
Eu, que me sinto formiga perante este gigante, autor do texto que li e de outros, muitos, que já me fizeram emocionar até às lágrimas e rir hilariante, ou pateticamente pateta, sou uma optimista, porque não sendo nesta vida que serei capaz de emocionar com as minhas palavras, e os meus textos, como me emociono ao ler as palavras de gente que escreve tão lindo, acredito que, um dia, quando voltar de novo, quem sabe, talvez seja abençoada por um talento tão poderoso que chegue perto deste.
Talvez então para uma próxima...
Por enquanto delicio-me a ler textos que me apaixonam cada vez mais pela escrita e pela Vida.
Obrigada, autor do texto " deixo ".
Não escrevo o nome porque não sei se " deixa "...

3 comentários:

maria disse...

eu tbm acredito que um dia chegas lá, nesta vida ou noutra qualquer e sabes porquê? Porque tens a generosidade e a humildade dos talentosos. Se não, vê lá quantos teceriam elogios a terceiros como tu o fazes e tão bem neste blog?
Como me habituei contigo e lendo aqui, agora chegou o momento de te dizer que és GRANDE! Parabéns pela formação que tens e por tudo mais. beijos.

João Carlos Carranca disse...

As palavras aqui me tinham escapado. Mas me escaparam mesmo depois de ter lido. Eu, modesto mortal, convencido que estas palavras me eram dirigidas... Hoje me mandaram o texto, reli, voltei a ler e fiquei mais ainda sem palvras. Agradecer? Não, é exagero a deixa.
Kiss, em inglês porque mais não sei como dizer que 'um dia eu vou aprender a escrever' e então faço um livro.
Gosto de passar por aqui. Obrigado pelo estímulo. Valeu mesmo!

Maria Clara disse...

Retribuo o beijo. Gosto que goste de passar por aqui.Obrigada.

P.S.Quando esse livro sair, vou querer uma dedicatória. Estou na fila, tá?
Um abraço.