sábado, 12 de novembro de 2011

a idade...



Ultimamente tenho pensado muito nisto - estou a envelhecer.
Sem dramas, tudo o que possa escrever é exagerado pois não me amedronta a idade. O que me gela e tira a respiração, faz o coração bater numa taquicardia maluca e incontrolável e me provoca afrontamentos, que nem tenho apesar da dita menopausa que chega a todas as mulheres e que nem dei por isso, graças ao universo, que tem sido um kamba daqueles, é afinal, fazer contas à vida e perceber que esta é mais curta para a frente do que já foi para trás. Aí é que ela impeça! É que eu gosto mesmo de viver. Adormecer e acordar todos os dias. Falar, sorrir, olhar, observar, ouvir e sentir.
Por exemplo, gosto de falar ao telefone. E neste momento não posso. E é aqui que percebo que estou a envelhecer. Não que não seja capaz de articular, não que não existe ninguém do outro lado da linha, não que não tenho dinheiro no telemóvel, nada disso. Não. Não posso recorrer ao telemóvel porque simplesmente me esqueci dele no meu kimbo lá do Ribatejo. E só no autocarro, já a ver o Tejo, mais coisa menos coisa que em Vila Franca é que apalpei a bolsa de dentro da carteira e nada. Acho que é a primeira vez que faço uma viagem em fim de semana sem telemóvel e isso para além de me deixar triste porque é um notório sinal de que já não vou para nova, deixou-me foribunda e impotente. Fiquei isolada do meu mundo. É que não sei números de cor, não tenho telefone fixo aqui no Olival, a agenda física ficou noutra mala e agora é que posso mesmo dizer que estou no mato sem cachorro.
Conheço pessoas que deixam de usar relógio. Outras deixam o facebook. Outras ainda, nem ligam a televisão. E vivem bem assim. Não conheço ninguém que não tenha telemóvel. Não me lembro de fica um fim de semana inteirinho, sem o dito. Incontactável.
Sinto-me uma ilha, selvagem, bem entendido.
A idade é uma puta. Rouba-nos tudo. Até a capacidade de decidirmos o melhor para nós num fim de semana.
Vou mesmo ter que fazer um apelo. Se alguém precisar de mim, ou é meu amigo do facebook e deixa mensagem ou tem de esperar que se faça o encontro entre o meu querido telemóvel e eu, o que será amanhã à noite. Antes disso, pois, com bastante pena minha, estou refém na minha própria casa.
Vamos a ver que vantagens posso tirar desta situação. Se puder, tiro, porque desperdiçar um fim de semana por causa dum telemóvel parece-me absurdo. Mas que parece que não sei viver, parece...

3 comentários:

Anónimo disse...

ó minha, ultrapassa isso, vivemos tanto tempo sem telemóvel.....tens net não tax tão incomun icável....e nao penses k é o PDI, os jovens eslecem-se muito mais k nós, tão sempre a perde-los, e outras coisas mais.....não somos só nós...

Maria Clara disse...

Vivemos sim mto tempo como ontem e hoje eu estou. Sem contacto imediato com as pessoas que nos fazem falta e a quem por ventura faremos alguma falta. Mas hoje, é complicado.
À pála disso ontem perdi um passeio a um lugar que gosto muito bem acompanhada, só porque não pude comunicar. Vês?
Mas pronto, o que não tem remédio remediado fica.
Logo já recupero o meu fiel amigo - o telemóvel. ;)

nuno medon disse...

olá! a Maria Clara é nova e é ao contrário do Nuno ( eu ), que não gosta muito de usar o telemóvel para falar com as pessoas. As minhas chamadas, quando as faço é só para dizer ou perguntar " olá, onde estás? vou passar por aí "... uso mais o telemóvel para as sms´s e pouco mais. De certeza que o telemóvel vai voltar depressa para as suas mãos. beijos e um abraço. um Bom Domingo