Nas pequenas, insignificantes causas habituei-me ( de menina até hoje) a ouvir a censura, desprovida de inteligência e bom-senso, caridade e razão.
- Não te diz respeito.
Isso é lá com eles.
Mete-te na tua vida.
São crescidos que se entendam.
Não consegues mudar nada.
Quem julgas que és?
Lá estás tu! Não mudas uma vírgula porque não és ninguém...
Mudei-me. Cresci. Olhei ao redor. Fui parar ao Tribunal. E isso muda tudo. Nas pessoas como eu. Que não cruzam os braços às injustiças. Não tapam a boca com adesivos.
Não vendam os olhos fingindo-se de cegos. Não são passivas. E apontam o dedo aos mal intencionados. Calculistas e prepotentes.
Nunca desisti. Das pequenas causas, às causas maiores vai um passo de formiga. Carreiro formado e organizado, destemido se forem muitas. Objectivo alcançado.
Vai um passo de gigante na mente dos cobardes, dos passivos, dos medrosos, dos egoístas e indiferentes. Daqueles que censuram os que alguma coisa fazem pela mudança,
pela reposição da verdade e da justiça. Pela igualdade de direitos. Nem que seja numa fila do autocarro, dos correios ou do cinema. Pelo respeito que o outro nos merece.
Pelo respeito que me mereço enquanto racional.
Nas causas insignificantes " desgastei-me ". Catalogaram-me. Agrediram-me e chamaram-me agressora.
Não desisti. Não recuei. Não recuo nem desisto.
Que importa se me tratam por arrogante, atrevida, mal disposta, acutilante, cáustica, confusionista?
Algo muda com atitude. Sem ela não sabemos quem morde quem. Se o cão que mordeu o homem ou o homem que mordeu o cão. Se é preciso morder alguém.
À laia de brincadeira, aviso, ou muito a sério, eu direi que não desisto e se for preciso mordo também.
O mundo será uma merda global se em cada local não se limparem e desinfectarem os sanitários.
m.c.s.
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