Ganhei-me.
Quando aos poucos fui perdendo riquezas.
Vantagens. Beleza. Viagens. Certezas.
Herdei-me.
Quando olhei para o lado e só lá estava eu.
E vi-me. No espelho inimigo. Na sombra. E no perigo.
E li-me. E reconheci-me. No livro.
Na história que me narrou. E crucificou.
Naquele testamento, que me contemplou.
E muito doeu.
Na falta do que me pertenceu.
Sou minha. Muito minha. Sempre minha.
Porque não pertenço a ninguém. E não mais me dei.
Sou pertença herdada desde que abandonada à minha sorte fiquei.
Ganhei-me.
E essa posse foi lavrada e lacrada em real escritura.
Reconhecida que foi a minha desventura.
Mas... sou minha. No tudo e nada que me herdei.
Herança que me protege, alimenta e me sustenta com doce e justa bravura.
Porque me amo e amarei.
m.c.s.
terça-feira, 22 de setembro de 2015
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