Trrrrrriiiiim! Trrrrriiim!
O relógio toca.
Alguma vez foram um despertador?
Eu. Muitas vezes. E gosto.
Não passa nunca da hora de ser despertador, quando a gente que a gente gosta, confia mais no nosso norte do que no relógio da casa. De parede, de pulso, de cabeceira.
Se hei-de ser outras coisas piores e inúteis, ao menos que seja um despertador.
Digo eu, olhando os relógio sem corda, sem pilha, sem uso, na gaveta das tralhas. Pensando que nem sempre chego a horas.
Ou na hora certa...
E assim, muitas vezes fico a ver passar os comboios. No mato sem cachorro. A horas pouco prováveis, decentes ou felizes.
Mas isso sou eu.
Quem em mim confia, chega sempre a horas. Na hora certa. Nem minuto antes nem minuto depois. Nem que para isso, ponha o galo a cantar.
Por falar nisso, que horas são?
Deve estar na hora de acertar os ponteiros e pôr-me a jeito de chegar a horas antes que se faça tarde, para um encontro feliz e a horas certas ao segundo, porém sem hora marcada, porque aqui o relógio é que marca a hora.
Não quero ficar a ver navios nem com a barriga a dar horas.
Não quero chegar fora d' horas nem que para isso recorra ao relógio de cuco ou ao de repetição.
Vou então dar corda aos atacadores...
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