A viagem é a meta, diz-me o signo, para este domingo de outono solarengo em terras de portugal.
Sorrio às palavras lidas. Ao Caranguejo desenhado, signo meu, destino também.
Caminhar devagar. Em passo inseguro, no receio de perder a oportunidade, a boleia, ou o norte. Ou em passo certo, na segurança que me dá a experiência das coisas por mim passadas. Mas sempre devagar, a passo de caranguejo, ou não fosse esse o meu destino, a minha meta.
Com a segurança da bússola, dando-me as pistas, indicando caminhos.
Com as certezas de já ter passado entre as linhas da vida e repetido, repetido as estradas, voltando atrás, cambaleando, caindo, erguendo-me e continuando, com um fim em vista. A meta. As metas.
Mas é realmente na viagem que se colhem os frutos. Que se descansa a mente. Que se escolhe. E se faz um intervalo.
Que a gente chora para além das lágrimas, gargalha para além do riso, se espiritualiza para além da alma, se eleva para além do mundo...
É na viagem que a gente se reconhece viajante e se renova. E anima.
É na viagem que estimulamos a persistência, através da força arrancada de dentro de nós.
É na viagem que cresce a tranquilidade e a coragem.
A sabedoria. Que nos preenche. E realiza.
A viagem é a meta, diz-me o signo. Não desanime, acrescenta...
Olho para além da janela da sala. O sol ilumina as oliveiras do monte. O mato que se vê daqui. A cor das casas. A torre da igreja. O sino.
As chaminés e as antenas parabólicas. As nuvens. O sol. O céu. O mundo...
Para lá deste monte que me separa da cidade grande há uma vida nova. Diferente. Que todos os dias quero alcançar. Renovam-se-me as esperanças. Mostram-se-me caminhos. Deixam-me viajar.
Preparo-me hoje para mais uma viagem. Porque não tenho como nem nem quero negar, que a viagem é uma meta...
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