Diz que hoje chovia todo o santo dia.
Preparei o espírito para um dia caseirinho e descansado.
Mas...tão? Cadê a chuva?
Se é para chover, venha ela.
Não precisa de chover a potes. Nem a cântaros.
Tão pouco que chovam picaretas. Ou até que os cães a bebam de pé.
Mas não gosto deste chove-não-molha. Destas encolhas. Deste tempo que nem..., nem... sai de cima.
É que eu preciso de parança. De me organizar. De me disciplinar.
De parar.
Esticar as pernas e descansar.
De não gastar.
Se chove, poupo. E a conta bancária, a carteira, o cartão relaxam.
Se chove não saio de casa. Falo ao telefone ( fixo ).
Escrevo, e enxoto o senhor alemão. Que senhores destes não me fazem falta nenhuma.
A Pitanga fica contentinha.
A casa também, cheirando a limpeza.
A cama rejubila feliz, à maciez dos lençóis. Mudados.
O sofá adora. E eu adoro o sofá neste amor mútuo e interesseiro.
O pijama não se importa de se passear pelo dia.
O banho não se importa de esperar.
A cara não reclama de maquilhagem nem esta reclama a função.
A máquina de lavar excita-se nas lavagens.
A chaleira assobia alegre.
O fogão pisca-me o olho.
A batata doce salta bailando à frente dos meus olhos.
A manga espreita-me madura.
A vela quer chama.
A antena 3 quer uso.
O muzonguê segreda-me ao ouvido, mágicas palavras. Provocatórias.
Que me fazem água na boca.
A televisão sorri-me.
E o computador idem.
Ligo-me ao mundo. Israel, Timor, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil...
E o chapéu de chuva? Esse fica peladinho por ir ao multibanco ou à loja.
Enfim, tantos planos para esta sexta-feira e a chuva a falhar!
Que desilusão! Afinal chove ou não chove?
Quero cumprir a parte e deixar o espírito satisfeito.
Só hoje...Nossa Senhora da Conceição. Faça chuva, sol não.
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