sexta-feira, 27 de setembro de 2013

No outono quer se queira quer não

Estes primeiros dias de chuva fraquinha, qual cacimba prazerosa, limpando a poeira da estrada, trazendo cheiro de terra molhada, apelando ao casaquinho fininho, ao romantismo, ao chá de gengibre e ao livro de cabeceira, ao filme que está no cinema, são muito fofos. Como bálsamo que acalma os loucos e quentes dias de verão.
Parecem abraços bons de quem nos quer bem. Beijos de mel. Afagos...
É Setembro no seu final.
É uma estação a começar...
Mas quero ver só quando o acordar for chuvoso e o deitar também. 
Quando as folhas cairem e as andorinhas partirem.
Quando a hora mudar e o dia findar cedo demais.
Quando o frio chegar...
Eu em casa. Eu dormindo cedo. Eu sozinha. Eu...e mais de mim. 
Aborrecendo-me. Esforçando-me. Reconstruindo-me. Outonando-me.
Que deprimente!
Não há pior estação para o meu coração que o Outono.
Acho que porque o universo sabe disso, pari as minhas crias em Novembro. 
Para me dar algum alento. Vida...
Por enquanto, ainda com a memória cheia d' um verão fantástico, a pele morena do sol amigo, o sul em mim, vou passeando os olhos pelo tempo, inspirando o ar fresco da manhã e aproveitando este presente que a natureza me oferece. 
Depois? Logo se vê. 

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