sábado, 13 de outubro de 2012

a caixa de bolos


Sempre me encantei por uma caixa de bolos de pastelaria.
Sô Santos fazia questão de vir da baixa sempre acompanhado duma daquelas caixinhas que diziam, pastelaria Royal,atada com um cordelinho, fofinha e saborosa que eu sei lá. Ele era chantily, fios de ovos e outras coberturas de comer e chorar por mais.
Mas não era só quando ia à Baixa. Também era quando alguém de casa adoecia. Eu até gostava de ficar doente para tanto apaparico.
Esse hábito de avós, pais,tios, família portanto, perdeu-se. As pastelarias cada vez são mais e cada um de nós pode dirigir-se ao lugar adequado e comer um bolo.
A Royal, a Detinha , a Gentil já não existem. Sô Santos também não, só na memória e no coração.
Mas existem amigos. Kambas do peito como irmãos. Avilos desse tempo. Do tempo da Royal, Detinha ou Gentil. E eu estou doente. Não é bem assim. Um pouquito incapacitada, é mais verdade.
E hoje recebi a visita da minha kamba de sempre. E do kamba como irmão, também. E recebi uma caixa de bolos.
E voltei atrás no tempo. Ao tempo em que menina recebia caixas de bolos de pastelaria e a amizade de meninas da minha idade. Como a desta que se mantêm até hoje.
Que apesar de estar aqui e acoli, que quer dizer, Angola e Portugal,  há tantos anos,continuamos juntas ou fisicamente, ou virtualmente. Mas juntas. Família. Familha...
N'ga sakidila kamba Carolina Soares.Obrigada, sem lamechices, minha amiga e colega de liceu, confidente, cúmplice, companheira de risadas, no humor e nos momentos maus também. Em suma, minha irmã.

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