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Iniciar a marcha no tabuleiro da ponte não foi difícil. Rapidamente ficaram os que apenas queriam fazer quilómetros, cumprindo no seu passo mais ou menos apressado, até cruzarem a meta.
Eu estava por tudo. Quando quis fazer esta caminhada moveu-me a curiosidade e a vontade de perceber do que era capaz quanto a resitência física. E a festa. Porque é mesmo uma festa e isso eu não perco por nada deste mundo. Os quilómetros são mais do que aqueles que diariamente faço à volta de Torres Novas mas não muitos mais. O calor que se fazia sentir é que era suprior à temperatura das noites em que ando. E a pressão também. Ali não havia montras para ver, amigos para conversar ou xixi para fazer atrás de uma sebe qualquer. Ali havia uma ponte imensa. Trinta e oito mil pessoas, bonés vermelhos. Uma meta. E dois amigos que caminhavam em passo apressado à minha frente e que perdi de vista pouco tempo depois de iniciar a minha marcha. É que eu pretendi para além de andar, tirar fotografias e apreciar tudo o que estava a acontecer à minha volta. Os telemóveis servem para comunicar e por isso tudo correu na perfeição. Ainda em cima da ponte senti uma tontura. E o chão a fugir-me e eu a querer pisá-lo com segurança e ele a fugir e eu a ficar incomodada e a tirar o casaco e eu a beber água...
Assustei-me sem entrar em pânico: Eeeeh láaaaaa, maria clara, que é isso? - Ainda olhei a ver se via a cabeça branca com o boné vermelho, do João, ou o chapéu escuro da Mena, mas deles nem rasto. E pensei para com os meus botões que se me desse o badagaio, teriam que arrancar-me o número preso no peito da t-shirt e assim contactarem a minha cria mais velha, pois era esse o contacto que pusera para o caso de correr mal. Atrás de mim uma senhora dizia para outra: - Estou a sentir tonturas. - Não te preocupes, que isso não é nada. A ponte é que está a abanar e sente-se isso. Aliviei. Uuuuufa! Porque é que não pensei nisso? Ok, então vá, maria clara, prá frente que atrás vem gente. E fui andando e tirando fotografias até me apanhar na avenida 24 de julho. Dali ao museu da electricidade parece um ápice, de automóvel, é claro, porque depois de tantos quilómetros, vou-vos contar...
As bebidas energéticas, que oferecem na beira da estrada e que se vê desperdiçarem num dó d'alma que custa tanto ver gente assim desgovernada, também ajudam numa distração que parece que o tempo e a meta ficam mais perto. E as bandas tocando só para a festa, também. E os estrangeiros empunhando bandeirinhas e vermelhos do sol e da alegria de verem gente maluca andando e correndo atrás sabe-se lá de que propósito, também. Já os lisboetas não se animam com a passagem da festa.
Mas apesar dessas distrações a gente que sabe, sabe que Belém não é logo ali, até porque eu já fiz uma passeata com a filha desde Alcântara, sempre na beira do rio, mas fazendo paragem numa esplanada de beira-rio, para almoçar olhando a água, os barcos e o sol de domingo, para depois recomeçar até ao jardim, pastéis de nata e centro cultural de Belém. Mas isso é passeio, lazer. Usufruir de tempo, do querer, da companhia, não uma maratona que por muito mini que seja não se leva com uma perna às costas, sobretudo se as pernas doem e os pés esperneiam e berram que estão moídos. Sobretudo se não se é uma atleta satisfeita com a sua condição mas uma atleta de trazer por casa como eu.
Não sei, mas ao cruzar a meta e quando me meteram uma medalha e um gelado de maracujá nas mãos, pois que a banana recusei, era uma das ofertas à chegada - bananas e gelados e um saquinho com algumas bebidas e uma barra de cereais, muito de mim para mim pude dizer satisfeita: Desta já te safaste, maria clara.
Não foi assim tão difícil. Se repetia? Claro. Já para a próxima. E quero ver se arranjo outros militantes nestas lides porque de facto é para além de tudo, divertido, giro e saudável. Para o ano há mais.
Eu estava por tudo. Quando quis fazer esta caminhada moveu-me a curiosidade e a vontade de perceber do que era capaz quanto a resitência física. E a festa. Porque é mesmo uma festa e isso eu não perco por nada deste mundo. Os quilómetros são mais do que aqueles que diariamente faço à volta de Torres Novas mas não muitos mais. O calor que se fazia sentir é que era suprior à temperatura das noites em que ando. E a pressão também. Ali não havia montras para ver, amigos para conversar ou xixi para fazer atrás de uma sebe qualquer. Ali havia uma ponte imensa. Trinta e oito mil pessoas, bonés vermelhos. Uma meta. E dois amigos que caminhavam em passo apressado à minha frente e que perdi de vista pouco tempo depois de iniciar a minha marcha. É que eu pretendi para além de andar, tirar fotografias e apreciar tudo o que estava a acontecer à minha volta. Os telemóveis servem para comunicar e por isso tudo correu na perfeição. Ainda em cima da ponte senti uma tontura. E o chão a fugir-me e eu a querer pisá-lo com segurança e ele a fugir e eu a ficar incomodada e a tirar o casaco e eu a beber água...
Assustei-me sem entrar em pânico: Eeeeh láaaaaa, maria clara, que é isso? - Ainda olhei a ver se via a cabeça branca com o boné vermelho, do João, ou o chapéu escuro da Mena, mas deles nem rasto. E pensei para com os meus botões que se me desse o badagaio, teriam que arrancar-me o número preso no peito da t-shirt e assim contactarem a minha cria mais velha, pois era esse o contacto que pusera para o caso de correr mal. Atrás de mim uma senhora dizia para outra: - Estou a sentir tonturas. - Não te preocupes, que isso não é nada. A ponte é que está a abanar e sente-se isso. Aliviei. Uuuuufa! Porque é que não pensei nisso? Ok, então vá, maria clara, prá frente que atrás vem gente. E fui andando e tirando fotografias até me apanhar na avenida 24 de julho. Dali ao museu da electricidade parece um ápice, de automóvel, é claro, porque depois de tantos quilómetros, vou-vos contar...
As bebidas energéticas, que oferecem na beira da estrada e que se vê desperdiçarem num dó d'alma que custa tanto ver gente assim desgovernada, também ajudam numa distração que parece que o tempo e a meta ficam mais perto. E as bandas tocando só para a festa, também. E os estrangeiros empunhando bandeirinhas e vermelhos do sol e da alegria de verem gente maluca andando e correndo atrás sabe-se lá de que propósito, também. Já os lisboetas não se animam com a passagem da festa.
Mas apesar dessas distrações a gente que sabe, sabe que Belém não é logo ali, até porque eu já fiz uma passeata com a filha desde Alcântara, sempre na beira do rio, mas fazendo paragem numa esplanada de beira-rio, para almoçar olhando a água, os barcos e o sol de domingo, para depois recomeçar até ao jardim, pastéis de nata e centro cultural de Belém. Mas isso é passeio, lazer. Usufruir de tempo, do querer, da companhia, não uma maratona que por muito mini que seja não se leva com uma perna às costas, sobretudo se as pernas doem e os pés esperneiam e berram que estão moídos. Sobretudo se não se é uma atleta satisfeita com a sua condição mas uma atleta de trazer por casa como eu.
Não sei, mas ao cruzar a meta e quando me meteram uma medalha e um gelado de maracujá nas mãos, pois que a banana recusei, era uma das ofertas à chegada - bananas e gelados e um saquinho com algumas bebidas e uma barra de cereais, muito de mim para mim pude dizer satisfeita: Desta já te safaste, maria clara.
Encontrar os meus amigos foi facílimo. Eles demoraram 1 hora e 10 e eu 1,40 mais coisa menos coisa, o que significa terem esperado por mim meia-hora. Agora é que percebo que afinal foi uma séca esperarem-me. Estavam frescos que nem alfaces acabadas de chegar da horta. Mas eu também não estava mal.
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