foto tukayana.blogspot
Percebi rapidamente que iria viver perto de Fátima, quando fiz a viagem para torres novas para me instalar na então vila, com a família. O que são 25 kms? Mesmo naquele tempo era perto.
A 1ª vez que ali fui, fiquei emocionada. Como que extasiada. Foram muitos anos a ouvir falar do Santuário a pessoas que vinham de férias a Portugal e tinham como compromisso um passeio ao lugar onde os pastorinhos tinham tido a visão da Nossa Senhora. Nessa minha primeira, de centenas de vezes que fui a Fátima, tive um encontro inesperado e surpreendente com a minha madrinha Regina, a filha mais velha, Hortênsia e a tia Ermelinda que vivia na rua do Casuno, varanda dando para o parque heróis de Chaves, que eu visitei centenas de vezes também e mãe do Xila e do Márito Garnacho. Sendo a família Garnacho profundamente católica era de esperar um encontro no altar-mor da religião católica em Portugal, mas eu estava longe de as reencontrar ali, uma vez que as tinha deixado na avenida brasil, em Luanda, meses antes e não as imaginava em Portugal. Foram tempos conturbados, aqueles. Ninguém sabia de ninguém e davam-se como perdidas as amizades longas e verdadeiras feitas lá longe, porque nos achávamos uma agulha neste palheiro que era Portugal, onde ninguém nos encontraria e tão pouco encontraríamos alguém.
Fátima passou a ser um local onde eu ia de vez em quando no fim da década de 70. Onde eu ia quase todos os domingos na década de 80. Só para beber café. Só para acender uma vela. Só para orar. Só para passear. E também lugar de passagem. Para Leiria. Onde tive um período que ia todas as 6ªs feiras com a cria mais velha, por via duma intolerância ao leite que a ia mandando para os anjinhos não fosse o moçambicano Pais Bernardino, pediatra, que a seguiu nesse periodo e me disse um dia - a tua filha é como um rebuçado. Só depois de lhe tirarmos o papel sabemos o que lá está dentro - pois numa semana pusera 450 gramas com a experiência da papa que lhe dei um pouco à revelia do sr. doutor pois tinha chegado a um ponto que já valia tudo menos ver uma filha definhar perante a impotência de um médico considerado o melhor entre os melhores que estava na região e já estivera no posto médico de torres novas.
Fátima viu-me de t-shirt sem costas em tarde de sábado há mais de 30 anos, recusando um lenço pelas costas que os seguranças achavam que eu teria de usar para permanecer no recinto. Viu-me também chegar a coxear num fim de manhã de sábado, e há cerca de 15 anos, para dar cumprimento a uma promessa feita.
Fátima acolheu-me em dias como 13 de Maio ou 13 de Outubro. Em dias como o encontro de retornados. E quando era convidada para casamentos ali na basílica. E quando me apetecia.
Nos últimos cinco anos Fátima não existiu na minha vida. O caminho da fé não passava por ali.
A cidade cresceu. Surgiu uma nova basílica. A 25 kms de mim.
A 1ª vez que ali fui, fiquei emocionada. Como que extasiada. Foram muitos anos a ouvir falar do Santuário a pessoas que vinham de férias a Portugal e tinham como compromisso um passeio ao lugar onde os pastorinhos tinham tido a visão da Nossa Senhora. Nessa minha primeira, de centenas de vezes que fui a Fátima, tive um encontro inesperado e surpreendente com a minha madrinha Regina, a filha mais velha, Hortênsia e a tia Ermelinda que vivia na rua do Casuno, varanda dando para o parque heróis de Chaves, que eu visitei centenas de vezes também e mãe do Xila e do Márito Garnacho. Sendo a família Garnacho profundamente católica era de esperar um encontro no altar-mor da religião católica em Portugal, mas eu estava longe de as reencontrar ali, uma vez que as tinha deixado na avenida brasil, em Luanda, meses antes e não as imaginava em Portugal. Foram tempos conturbados, aqueles. Ninguém sabia de ninguém e davam-se como perdidas as amizades longas e verdadeiras feitas lá longe, porque nos achávamos uma agulha neste palheiro que era Portugal, onde ninguém nos encontraria e tão pouco encontraríamos alguém.
Fátima passou a ser um local onde eu ia de vez em quando no fim da década de 70. Onde eu ia quase todos os domingos na década de 80. Só para beber café. Só para acender uma vela. Só para orar. Só para passear. E também lugar de passagem. Para Leiria. Onde tive um período que ia todas as 6ªs feiras com a cria mais velha, por via duma intolerância ao leite que a ia mandando para os anjinhos não fosse o moçambicano Pais Bernardino, pediatra, que a seguiu nesse periodo e me disse um dia - a tua filha é como um rebuçado. Só depois de lhe tirarmos o papel sabemos o que lá está dentro - pois numa semana pusera 450 gramas com a experiência da papa que lhe dei um pouco à revelia do sr. doutor pois tinha chegado a um ponto que já valia tudo menos ver uma filha definhar perante a impotência de um médico considerado o melhor entre os melhores que estava na região e já estivera no posto médico de torres novas.
Fátima viu-me de t-shirt sem costas em tarde de sábado há mais de 30 anos, recusando um lenço pelas costas que os seguranças achavam que eu teria de usar para permanecer no recinto. Viu-me também chegar a coxear num fim de manhã de sábado, e há cerca de 15 anos, para dar cumprimento a uma promessa feita.
Fátima acolheu-me em dias como 13 de Maio ou 13 de Outubro. Em dias como o encontro de retornados. E quando era convidada para casamentos ali na basílica. E quando me apetecia.
Nos últimos cinco anos Fátima não existiu na minha vida. O caminho da fé não passava por ali.
A cidade cresceu. Surgiu uma nova basílica. A 25 kms de mim.
Hoje, só hoje, entrei nesse novo espaço. E gostei. E senti que finalmente cumpri.
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