domingo, 31 de março de 2013

ser um albatroz...


Alguém muito especial, me ensinou tudo o que sei sobre o albatroz.
Alguém que amava os albatrozes. E de barco, com os binóculos apontados na direcção destas aves de grande porte que fazem dois metros de abertura de asas, assistia horas perdidas ou encontradas, ao voo rasante que faziam felizes, acompanhando os barcos que navegavam ao sabor das ondas e no marulhar do mar, para sul. O sul mais a sul que este sul...
Alguém que nos sucessivos e ansiados encontros com os albatrozes os tratava por amigos e os sentia amigos, numa elevação espiritual singular.
Alguém que me transmitiu que o albatroz é uma ave que gosta de viver livremente mas que uma vez no ano vai para terra para acasalar. E constituir assim família com a sua parceira de quem é fiel a vida toda. 
O albatroz reconhece a sua parceira no meio de uma grande povoação de aves. A que conquista de novo ou mesmo aquela que é antiga. Como o faz? Dançando.
Nos movimentos se entendem e se reconhecem...a dança como instrumento de linguagem para a sedução. Para o entendimento...
Alguém muito especial que amava tanto o albatroz que dizia que se um dia voltasse de novo queria voltar albatroz.
Alguém tão especial que é dono desta frase que eu tive a felicidade de receber de presente, num passado, passado já há algum tempo, o suficiente para muitas vezes duvidar se existiu ou foi fruto da minha imaginação, mas que ficará para a eternidade:
- Gosto tanto, tanto, tanto de ti, que acho que te amo. 
E hoje, só porque é sábado de aleluia, o pequeno aparelho de televisão transmite um programa sobre o albatroz, gosto de dança, de fidelidade, de sedução, paixões, convicções, espiritualidade, de declarações de afectos e aprendi a amar o albatroz, afirmo que:
Eu queria ser um albatroz...

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