terça-feira, 26 de março de 2013

conversetas com o eu que há em mim...


Chove no Olival Basto. E eu que preciso de ir para a Baixa de Lisboa, já já daqui a meia hora...
Estou um pouco farta deste tempo húmido, pegajoso, melancólico e feio. 
- Como é que é Primavera? Impõe-te minha! 
Ou estás na tua e nós que nos tramemos?
Andas a pedi-las...
Vê-se mesmo que és mulher ( cai-me o carmo e a trindade ). A fazeres-te de díficil e cara. 
Olha, se eu te prometer uma atençãozita, assim em modo de poema, mudas isto?
É que não sou só eu que reclamo e olha que eu não sou de grandes queixas. Todo o mundo neste retângulo de terra aqui no sul duma Europa castigadora que tem uma mulher horrorosa a lixar-nos a mona, os bolsos e a vidinha, todo o mundo mesmo, diz que se ao menos os dias fossem de sol...
Esperança, Primavera, esperança. Tu sabes do que falo. Perfume das flores, sol, dias maiores, encontro com o mar, sonhos coloridos. Preparação para a praia. Fins de semana alegres. Calor. Gelados e sobremesas. Saladas e cerejas. Cerejas, Primavera... ai quem mas dera já cá.
Noites estreladas, luas cheias espelhando a sua luz nas águas do Tejo, grilos, pirilampos...
Olha, queres música mas eu não estou p'ra dá-la. Basta por agora até porque estou cheia de pressa. 
Bem, tenho de procurar um chapéu de chuva e fazer-me à vida, à capital, ao dia que me espera mas não muito. Quanto baste....
Assim como assim, acordei. A minha gente está bem e hoje é terça-feira. Quem sabe me sai o euromilhões?
Isso é que era! Passava já por cima da primavera, olha, temos pena, mas era mesmo assim, e instalava-me no verão do meu sonho desta noite. Sem olhar para trás...
 

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