domingo, 17 de março de 2013

não tão de repente assim...


De repente surgiu uma saudade. De ti... 
Vá lá, não tão de repente assim, porque ela mora no meu coração permanentemente. Ocupou-me as águas furtadas, todas as assoalhadas, há quase quatro décadas e permanece. Até quando? Até sempre... num direito de usocapião.
Talvez seja mais acertivo dizer que, uma saudade avassaladora. Com palpitações e aperto no peito. 
Paixão. Daquelas que não pensamos, não comemos, não dormimos , não discernimos. Não interessa mais nada, focados, cativos que estamos no motivo de tão dominador sentimento. 
Com imagens formadas nas cores do arco-íris, os cheiros fortes, os sons intensos, os movimentos selvagens, o sorriso pateta que sempre se me desenha no rosto e na mente se te penso e sinto para lá do horizonte, a lágrima brincando de toca e foge e um desejo incontrolável de fazer as malas e partir...
De repente sonhei sotaqueado, belo e gargalhado. Sonhei coloridamente. E quis chegar. 
E quis entrar no ritmo da cidade, apenas entrar...
Apenas filha, amiga, parente. Apenas mulher, alma livre e primária. 
Solta, leve e inconsequente. Apenas kaluanda. Apenas angolana.
Apenas eu...ao encontro de mim.
De repente, tão de repente, que acordei neste sábado simpático da europa e mais uma a somar a tantas vezes, percebi, que mesmo quando mergulho no inconsciente que o repouso me dá, tenho áfrica acordada, em mim. Queimando de tanta paixão. Alimentando-me de tanto amor.
De repente, não tão de repente assim afinal, surgiu uma saudade feroz. De ti...

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