sábado, 9 de março de 2013

divagando para não desesperar na espera




Sentei-me. No banco de pedra da minha vontade de ficar à espera sabe-se lá de quê. Sabe-se lá porquê.
Há muito tempo não encontrava o banco certo para te esperar e agora que decidi esperar sentada não sei se fique não sei se vá ao encontro da tua indiferença. Ou serão dúvidas, incertezas, incapacidades?
Enfim! Estou entre as dez e as onze e já vai sendo horas de me decidir, dirás tu, ou direi eu, porque é a tua indecisão que me confunde a vontade e o tempo para te esperar. 
Diz que quanto mais a gente se ( a )baixa, mais o rabo se nos vê. Olha, nesta fase da vida, neste cansaço de esperar mas porque a esperança é a última a morrer te digo que tanto me faz como me fez que me vejam as vergonhas. Até costumo dizer que desde que tape a cara para não saberem quem eu sou, podem ver tudo.
Mas vamos ao que importa. Nós dois que é como quem diz, ou melhor, quem queria dizer, um mais um. Dá sonho. Poesia. Palavras bonitas, desejos. Dá uma grande confusão de ideias mas dá sobretudo inspiração. E se acrescentarmos a terra ao nosso desejo de a abraçar dá uma saudade do pôr do sol a fugir de nós, na praia e do perfume das acácias que floresceram há pouco, que encontramos já já o grande motivo em comum para partilharmos o banco de pedra onde te espero sabe-se lá porquê, sabe-se lá para quê.
Olha, esquece. Na verdade o banco de pedra onde me sentei foi uma escolha minha. Provocar-te, também. E deixar-te a batata quente na mão. Já basta o que basta e por isso, pratos sobre a mesa.
Ou te decides...ou te decides que comigo não há nins. Vale a pena esperar sentada ou isso quer dizer que eternamente ficarei a ver navios ? Bem sei que o meu banco fica mesmo em frente ao mar do nosso encanto, aquele que nos levará para lá do horizonte e nos fará encontrar a kianda, e também sei que é uma grande indelicadeza fazer esperar uma senhora, que o sou, não é preciso dizeres-mo, mas tenho dias que penso naquele ditado que nem o pai morre nem a gente almoça e parece que te estou a retratar nessa nova atitude de negação ao que é para lá de evidente.É inevitável o nosso encontro. Porque os desencontros que já nos demos não são coincidências porque não as há. E nada é por acaso. 
Sentei-me. E espero sentada. Não faz sol nem sombra. A chuva é daquelas, molha tolos, por isso estou a salvo e um banco de pedra é o lugar certo para uma bela prosa. 
Sabes que mais? Aposto que não espero em vão e um dia...bem, um dia me darás razão. 
Só mais uma perguntinha, demoras muito ou fazes serão?

Sem comentários: