quinta-feira, 8 de agosto de 2013

kandandus

Da vida quero pouco. 
Bem ou mal já me deu muito.
Deu-me passado. 
Longos e extraordinários ontens. De cor e poesia. 
Crepúsculos e auroras perfumadas e coloridas. Melodias. 
Espíritos iluminados. Lugares de sonho e de harmonia. 
Deu-me também, provas, desafios, tentações e desvios. 
Privações e crescimento.
Conhecimento...
E deu-me liberdade de ser. 
De escolher. Se amar, se me prender. 
Se perdoar ou se pecar. 
E deu-me visão nas guerras de mim e nas alheias. 
E trouxe-me beijos e acordos de paz.
Da vida já quero pouco.
Do hoje, quero abraços. 
Não, quero antes kandandus. Que há quem acredite, eu também, que são mais do que simples braços rodeando corpos, gerando calor. 
São abraços falando kimbundo. Nosso chão, nosso espírito que vem da terra. 
São amor, tocando almas. São oferta e entrega. São gestos pequenos de gente grande, crescendo dentro de nós. Enlaçando-nos. 
São momentos únicos, superiores. Elevando-nos.
São os elementos tomando conta de nós. Renascimento. Energia... 
Do hoje, afinal o que quero é energia. Vigor, calor, presentes, enlaces, amor. Momentos superiores. 
Do hoje, eu só quero renascer...