quarta-feira, 11 de junho de 2014

a memória de um sonho

Que adiantam  as águas a navegar,
se não és porto seguro onde possa ancorar?
Que adianta a bóia de salvação se não me vais acompanhar?
Que adianta seres chão, tecto e pão se eu não te vou habitar?
De que forma me faço presente se és passado sem futuro,
num tempo sem tempo para te alcançar?
Sou o que sobra d' um mundo que pus no teu olhar.
Sou uma réstia de nada, de tudo e do que não sei calcular.
Sou a promessa d' um amor que nunca irá terminar.
Um pequeno sopro de vida, uma cruz erguida, um rio que não secou
Sou uma bala perdida, uma alma sofrida, na noite, que te sonhou
Sou uma rosa colhida, uma luz teimosa, chama milagrosa
Que o universo não apagou
Aquela, aquela chama que quis a mais bela
e que sendo apenas ela, sempre te iluminou...

m.c.s.

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