sábado, 16 de fevereiro de 2013

logo pela matina, espelho meu, espelho meu


Porque hoje é sábado eu devia estar ainda a repousar do cansaço e do stress da semana. Mas não. Porquê? Porque não me sinto cansada nem tão pouco stressada. Felizarda, dirão. 
Sempre que acordo cedo quando não tenho obrigação de o fazer, lembro um homem bom, inteligente, sábio, que tive a felicidade de ter conhecido, amado e admirado profundamente e que contribuiu para me sentir bem com a minha pele, na maior parte das vezes. O avô Carvalho, que era um homem que se deitava cedo e cedo se erguia, cumprindo o ditado. Saúde teve sempre, pessoa de porte elegantíssimo, um senhor, material e espiritualmente.
E falando de saúde, estou na fase de me cuidar um pouco mais. Porquê? Porque estava a ficar uma bazaruka. Com a fratura do ombro fraturei-me um pouco. Na vontade. Deixei de fazer por mim aquilo que ninguém o faz que é tratar-me bem. Com a desculpa de que estava fragilizada, doentinha, atirada às traças, fui enfardando o que devia e o que não me fazia falta. Resultado, um cachalote de águas turvas, feio e roliço. E com dificuldades em me sentir saudável. O que me vale é a lucidez de me analisar, criticar e voltar a fazer coisas bem feitinhas, que eu sei como se fazem e que me dão até algum prazer. Sobretudo nos resultados. 
Afinal, eu gosto de andar, nadar, gosto de fruta, vegetais, saladas, sopas, carnes e peixes grelhados, água, batidos, limonadas. Não fumo, raramente bebo café, não adoço nada com açúcar, raramente bebo bebidas álcoolicas. Sei pisar chão seguro e seguir pelo rumo certo. E agora surge a pergunta. Então porque não sou sempre elegante e saudável, bem disposta e optimista? Porque não sou perfeita. Ah, nem quero. Pecar é bom. O problema não está no pecado mas na inércia. Na falta de lucidez para se sair do pecado. 
Mais uma vez deus deu-me descernimento para pular fora e aqui estou eu há duas semanas desinchando veloz e alegremente que nem aqueles balões a quem tiram o ar viciado.
Porque hoje é sábado e me levantei cedo por motivos que não vêm ao caso, mas que têm a ver com afectos, dei uma espreitadela na Sic Mulher e o Dr.Oz, fresco, rico e belo, apareceu-me a dizer que papaia e ovo cozido ingeridos em jejum e simultaneamente acelera o metabolismo, contribuindo assim para o emagreciemnto.
E eu acreditei. Apesar de saber que vende marcas, que ganha balúrdios, este senhor televisão sabe o que vende ao seu público. E depois, o homem é um charme...né?
Por isso, mundo feio e gorducho que se queira mais sensual e magrinho - Papaia e ovo cozido logo pela matina. Por falar nisso, já comi meia papaia mesmo antes de ver o programa. Quanto ao ovo cozido...pois, não tenho ovos no Olival porque a estadia é curta e tenho mais que fazer do que compras, como se não houvesse amanhã.
Não sei se me quero ( mais ) sensual, porque isso...enfim, cada um é p'ró que nasce e eu...bem, tenho dias...que já lá vão. Lolol! 
Mas ainda assim, quero-me mais leve e estou a fazer por isso. Acredite-se ou não. 
Eu posso ser desplicente mas se meto na cabeça uma que me agrade, ah faço, cumpro, exigo-me, regozijo-me com as minhas próprias penalizações, masoquizo-me, para me narcisar depois em frente ao espelho, num, espelho meu, espelho meu, quem é que já consegue vestir umas roupinhas que estavam a aguardar melhores dias, quem é? Espelho meu, espelho meu, quem é que já não tem cara de lua cheia, nem papadas, nem excedentes na cintura e no estômago? 
Espelho meu, espelho meu, quem é que está feliz com a sua iniciativa, insistência, disciplina e crença? Eu. Daqui por mais um mês. 
Ah julgavam que isto era atar e pôr ao fumeiro? Não que não sou nenhuma alheira, farinheira, chouriço ou presunto. Os presuntos já não são muito gordos mas tudo ocupa espaço. E assim como assim nada se faz sem sacrifício, trabalho e paciência. Ao longo dos anos tenho tido as minhas doses...
Pois que isto não é estalar os dedos qual fada carregada de varas de condão. E como tal, já a seguir vou andar uns quilómetros entre o Olival e a Póvoa. Para preparar o meu sábado com saúde e alegria. É que se não for eu a tomar conta de mim, ninguém toma, pois já sou crescidinha, calmeirona, dirão os mais inconvenientes e descuidados. E assim como assim eu nem gosto que me tomem conta da vidinha. São gostos, feitios, defeitos, que sei eu? Não vou mudar, mas só neste particular, porque daqui por um mezinho ninguém lembrará a criatura espaçosa que já só bebia coca-cola, comia pão como se a farinha fosse acabar e fazia asneiras umas atrás de outras e não eram aviõezinhos com os dedos que isso não engorda. E dependendo do ponto de vista torna-nos criaturas feias, ou não.
Voltando ao motivo da minha escrita e porque não tendo acordado inspirada arranjei este tema como pretexto para mais uma vez escrevinhar qualquer coisita, deixo aqui não o testemunho mas a promessa de que uma manhã destas hei-de comer papaia e ovo cozido. O Dr. Oz que me aguarde, pois que nesta vida devemos experimentar tudo...o que nos pareça Bom. É já amanhã antes que se faça tarde.
Papaia e ovo cozido! Que combinação estranha...mas se ele o diz, quem sou eu para duvidar?!


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