domingo, 24 de fevereiro de 2013

" Deus está comigo, nada está contra mim "


Há dias que me ponho em frente à televisão e o canal, porque é domingo, está a transmitir a missa dominical.
Gosto dos cânticos e da cerimónia em si. Não tenho pachorra para me dirigir a uma igreja e tranquilamente participar na missa mas de vez em quando sinto que me faz bem seguir o ritual pela televisão.
Mas...estando a Igreja pelas ruas da amargura não me confesso a Deus todo Poderoso, humildemente, pelos meus pecados.
Que pecados?
Sou apologista da teoria de que o único pecado mortal é não Amar.
Logo, não sou Pecadora. 
O Mundo peca porque não Ama.
A Igreja tem seguidores que pecam muito. Que se servem da Igreja.
Não posso evitar olhar a televisão e não me sentir profundamente triste. Envergonhada por pertencer a esta Religião. 
Na vida, se os lideres são desonestos não os respeitamos.
Na profissão, se os chefes o são, não os respeitamos.
Na religião a mesma coisa. Se não são dignos, não acreditamos neles.
Por ser sagrado, maior, intocável, divino, o que espero da Igreja e da religião, sinto uma profunda vergonha do que está a acontecer com os cordeiros de Deus, transformados em lobos famintos, com cérebro para pensarem. O que os torna mais irracionais.
O que me resta? Perdoar? 
Quem sou eu? Sempre me coloquei ao lado dos fracos e oprimidos. Sempre. Por isso o meu afastamento à Igreja dá-se inevitavelmente, esperando que a justiça se faça e os culpados de denegrirem uma instituição tão superior, sejam penalizados.
Olho a televisão. Quero acreditar que esta missa a que assisto é feita de fé e de boas intenções.
As leituras de hoje parecem-me especialmente escolhidas para cépticos como eu. Há portanto uma intenção dirigida tal como uma posição independente e feita, quero acreditar, de boas intenções. Com esperança na salvação ...
Não ponho em causa a fé e a missão de alguns membros da Igreja. O que me consome por dentro é haver gente ( demasiada ) que se serve dela para tirar dividendos nas hierarquias que ocupam, em campos que são tão sagrados como a dignidade e a liberdade de cada ser humano.
Espero que a minha vergonha, não abale a minha fé.
Oiço o padre que faz a leitura. Tem uma boa dicção. Uma voz bonita. Como deve ser.
" Porque o medo tira-nos a alegria do coração " diz. E eu repito agora para mim, o que sempre digo quando tenho medo e estou desacreditada - " Deus está comigo, nada está contra mim... "
Oiço o padre da voz bonita, e batina roxa, pose segura e rosto impenetrável ordenar a oração e todos em coro dizerem:
Creio em Deus Pai todo poderoso...
Eu também creio...Graças a Deus! 

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