sábado, 4 de fevereiro de 2012

o frio, hoje

Está um frio que não dá para facilitar.
Mesmo dentro da minha alegre casinha, apetece estar de gorro, cachecol e luvas.Bem sei que moro no último andar. Bem sei que não tenho ar condicionado. Bem sei que mesmo que tivesse não o ligava por dá cá aquela aragem vinda do norte. No Olival existe e nem assim o ligo. Bem sei que não tenho lareira, mas tenho quem me convida para ela. Bem sei que posso ficar alegremente aquecida debaixo do edredom com o sol entrando pela janela.
Bem sei que me queixo de barriga cheia...

Se olhar à volta o meu sábado será deprimente.
Que país este que tem de abrir as portas do metro para que os sem abrigo passem a noite menos miseravelmente!
Que país este que tem sem abrigo paredes meias com os ministérios...
Dizem-me quando desabafo de revolta pelos menos afortunados: Vais a Paris e encontras sem abrigo por todo o lado.
Já fui a Paris. Era Inverno. Temperaturas negativas. Circulei de noite. E, ou estava deslumbrada com a cidade luz ou os sem abrigo tinham hibernado. Ou  engolidos e esmagados por essa cidade fantástica. Mas, apesar de admitir que sim, os há um pouco por todo o lado, este país é mínimo e é inconcebível a hipocrisia dos governos, uns atrás de outros.
Hoje está muito frio. Demais. Apesar disso, o sol nasceu e brilha para alguns.Não sou friorenta.  Quando está todo o mundo aos ais, eu tenho os pés e  as mãos quentes motivo de grande inveja que me dá muito gozo numa maldade que me delicia atirar à cara dos friorentos: Eu não. Estou mesmo bem. Até o coração está quente...E surpreendem-se e enfurecem-se e dizem desdenhosamente: Como é isso? Tu que vieste lá das áfricas, habituada ao calor?!...Ou então desdenham a roupa que tenho vestida num: estás aí de corpinho bem feito, não tens frio? Nem um pouco? Insistem.  Ou ainda: De sapatos? Eu cá só de botas... Ou no exagero exagerado de quem pensa que dá fé de tudo e não se rala connosco mas está sempre à coca do que temos vestido e calçado: Eh lá...Já tiraste as meias? Isto é frequente na primavera quando me começo a despir do que não me faz falta. E eu a vê-los passar. A vê-las. Porque os homens não se perdem com estas frivolidades. Hoje está muito frio. E eu não vou facilitar. Como simples mortal que sou, apesar de ser favorecida porque  tenho casa, roupa e aquecedor,  vou tratar de mim porque se não o fizer, quem o fará? D. Pitanga? Não pode com um gato pelo rabo, encolhidinha no meu colo, tapadinha até às orelhas ( coitadinha... ). Vou beber um chá quentinho. Ou dois. Ou litradas. Assim como assim se for chá verde já me estou a ajudar em dobro, para diminuir. Como não gosto de vinho, não faço como os macacos dum país lá do leste que não recordo qual. Mas vou fazer uma sopinha bem nutritiva, para o que der e vier. E o resto, logo se verá. Não tenho contas a prestar por isso se me apetecer nem saio da cama.
Uhnnnnn... está a parecer-me que não, não entrego assim os pontos e depois, o sol brilha deliciosamente e eu não sou criatura para desperdiçar um sol radioso. Só me faz falta o mar mas o Ribatejo ainda não o tem.
Para a semana já o terei à disposição e à distância de um simples olhar. Faça chuva ou faça sol. Faça frio de rachar...

4 comentários:

Anónimo disse...

sai mulher, agasalha-te bem mesmoooo, toma um xocolate kentinho, aproveita o sol (há kem nem tenha acordado hoje para o poder admirar)....alimenta alma

nuno medon disse...

o que interessa é que se sinta bem e confortável, com aquilo que veste e com que se aquece. beijos e um bom fim de semana.

constancia disse...

Bom fim de semana amiga. Ainda bem que não és friorenta. Bj.

Maria Clara disse...

Obrigada kamba, Nuno e Constância.
Bom domingo para os três.
Beijos.