Há dias diferentes. Que alojam sentimentos profundos. Que os distinguem d'outros dias.Há dias que não saindo de casa vou viajar no mundo dos meus afectos e nem percebo se está frio, se está dia ou se já anoiteceu. Se comi ou não. Se me faz falta. Não estou só. À distância de um clique, está alguém. Vários " alguéns ". Estive em Dili de manhã e os olhos choraram e o coração se enterneceu. Há afectos assim.
Estive no Luxemburgo e me emocionei com alguém que não vejo desde que era criança. O facebook é Grande!
Estive em Madrid e a infância voltou nas recordações que se vivem em conjunto quando a infância é de luxo nas brincadeiras e nas partilhas.
Também estive em Luanda e soube do calor infernal para contrastar com este frio desgraçado que toma as pessoas de reféns e lhes condiciona a alma. Estive na África do Sul. E na Alemanha troquei palavras e sorrisos. Na Suécia deram-me conta dos graus negativos a que está sujeita.
Estive em Faro mas andei na minha rua que foi e é a rua de muita gente e me senti feliz de a partilhar.
Estive em Guimarães. Ah sim. Em Guimarães. E falei. Falei e ri. E perguntei e me preocupei. Afinal Guimarães é a capital europeia da cultura e eu viajei até lá na voz e no coração para ver arte. Saber como vai a arte e como vai o artista.
E também estive na viagem de comboio Cais do Sodré / Oeiras. E " vi " uma encalorada como eu, pior que eu, vestir um cachecol de lã, presente de natal e umas luvas. O frio agreste a isso obriga. E preocupei-me. E perguntei. E sorri. E lhe ouvi a voz também. É importante ouvir a voz do coração.
E descobri por um acaso, que pode ser do destino, mais uma vez o facebook a comandar o tal destino, alguém, que era criança quando a conheci. E não vejo desde 1975. E a morte da mãe me marcou profundamente. E nunca mais esqueço porque foi pessoa que vi sofrer como ninguém e acompanhei a sua doença à distância de amiga da familia e vi finar-se mais de perto, tão de perto que ainda hoje lembro como se fosse hoje. E as tias foram pessoas muito importantes na minha vida. Ma marcaram. Até hoje. Para sempre.
Hoje é um dia diferente. É sábado. E é 4 de Fevereiro. Só por isso já não podia ser igual.
Hoje juntei os sorrisos que recebi, as emoções que senti e as lágrimas que os meus olhos não se importaram de chorar e conclui que há dias especiais. Especiais e diferentes.
Ainda bem. Haja mais dias que nem estes, que eu quero vivê-los deste jeito. De ser, para ter...
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