domingo, 7 de agosto de 2011

abordagem III, não estranha

Já tinha " aviado " dois, que é mesmo o termo que me ocorre. Deixei o professor de filosofia, que veio de Pampilhosa da Serra e que desde a minha entrada em torres novas me veio a cocar e cá para mim a filosofia queimou-lhe alguns fusíveis, deixei a mulher que é do Sobral, vive no Cartaxo, trabalha no mercado e precisava de 5 euros para regressar a casa, e porque a minha vida não é isto, desci as escadas para ir para o metro.
Ao fundo das escadas estava a mulher romena que está sempre por ali, mais nas escadas, mais junto ao café onde já lhe ofereci o pequeno almoço bem como o da sua filha. Não sei se me conhece. Vejo-a quase todos os sábados que venho para Lisboa e me desloco de metro para o destino. Acena-me com o borda d'água e quando não é este, são outros papéis que não me detenho a ver.
- Senhora, posso pedir-lhe uma coisa?
Eh pá, mais não, disse muito para mim. Basta, que eu não sou a segurança social. Que ironia esta!!! Uns são e os outros é que têm compaixão!!! respondi-lhe sem parar:
- Não pode, querida, não pode...e porque este sábado muito falei com os meus queridos botões que ficaram em torres novas, pois que a roupa que tinha vestida não os tinha, repeti para dentro:
- Não pode, não quero saber de mais pedidos, não pode não, porque se pede eu dou...
Não gosto que me falem ao coração. Sou sempre enganada. Ou quase sempre...

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