terça-feira, 23 de agosto de 2011

previsões



" Prezada Clara Marques,
este é o seu horóscopo do dia
Terça-feira 23 Agosto:
Câncer,
Poderão surgir dificuldades por causa de alguns esquecimentos seus, os Astros aconselham a concentrar-se e fazer controles várias vezes. Se ainda não encontrou a pessoa adequada para você os Astros prometem coisas boas em curto prazo poderá abandonar-se nos braços de um novo conhecido
. "

Eta lélé!!! O que eu me diverti ao ler o meu signo para hoje.
Todos os dias mo enviam para o correio elctrónico. A maior parte das vezes não leio, embora raramente apague. Sempre na esperança que lerei quando tiver tempo, ou tiver pachorra. E hoje tive muita pachorra. Abandonei-me sim, mas nos braços da preguiça e nem saí para me divertir, distrair ou só para ver mundo. Tenho tempo de laurear a pevide daqui por alguns dias. Hoje perdi-me ou encontrei-me por casa. Arrumando umas coisas. Brincando com a Pitanga, ela está tão fofa, tão fofa que só me apetece apertá-la e dar-lhe beijos. Curti-la, redimindo-me do abandono a que é votada e está para ser, dentro de algum tempo. E apenas saí ao fim da tarde para comprar o euromilhões e ir ao Pingo Doce onde deixei uma nota preta, em... merdas. Desculpem lá, mas asneira, asneira, é sair de casa para gastar dinheiro no pingo doce e voltar para casa com a sensação que os donos desta ervilha têm o poder de me deixar infeliz, mesmo que seja apenas no momento de clicar no ok, perante 40 e tal euros. Gastei este dinheirame todo, em quê? Comida para deixar à Pitanga por uns dias, leite de soja para mim, morangos, pacotinhos de leite de chocolate, de soja, cereais integrais, barras integrais, e...acho que mais nada. Ah, detergentes para a limpeza e rolos de cozinha. Há cerca de 6 meses atrás, esta mixuruquice custava metade disto.
O euromilhões também não foi hoje que me saiu, e com isto tudo parece-me que não preciso de ser bruxa, astróloga, taróloga ou cartomante, para advinhar que terei algumas dificuldades, esquecimentos, falta de controle ( pudera ) e que não tendo a pessoa adequada, ( não sei quem poderia ser ), talvez algum comerciante onde adquirisse as minhas compras para a economia doméstica de borla, sim porque mais uma boquinha para comer, para além das bocas que existem, não, e por este andar abandono-me, ai pois abandono-me, nas mãos, não nos braços, que eu não sou mulher de me abandonar nuns braços quaisquer, de algum psicólogo ou psiquiatra, sei lá, é o que estiver à mão, na lista dos hospitais, para já, no da Luz onde por enquanto a gente ainda paga menos. Só que não seja aquele doutor moreno, bonito e com nome de médico à séria, que prefere estar a escrever no computador tudo o que eu lhe transmitir em vez de me olhar nos olhos e fazer um pacto, médico/ doente, assim numa coisa de inspirar confiança a quem anda perturbado com as mudanças e o emagrecimento da carteira e com a infelicidade e insegurança que isso provoca...
Esse, já levei com ele e não estou a fim de o enganar mais vez nenhuma. Ele mereceu. Quem manda não saber ler nas minhas entrelinhas todo o mal por que estava a passar, distraído que estava com o computador e os dados que lá tinha?! Se me olhasse com olhos de ver, lia que eu estava a precisar de ajuda. Duma mãozinha, de um simples olhar para me sentir apoiada. Afinal psiquiatra serve para quê? Para prescrever remédios e mais remédios e o doente se virar como pode e depois passados uns tempos, venha o desmame. Quem dá e tira vai para o inferno, foi o que sempre ouvi dizer.
Desmame! Eu lhe dei o desmame. Isso é que me divertiu, não ter desmame nenhum para fazer. Desmame...um bom desmame precisava ele, mas era do computador. Eu a prescrever; na primeira semana reduzir a net, as consultas ao google e outros, para metade, no primeiro mês passar para dia sim, dia não, a navegação na dita cuja net, até perceber que afinal o computador só serve para guardar informação sobre o doente e seu tratamento e médico que se preze deve ter presente que o doente não é virtual.
Onde eu já vou! Achei piada às previsões para os caranguejos, hoje. Mas inquietei-me também, porque abandono é uma palavra que não gosto. Não gosto nem de abandonar nem de ser abandonada. E para jogar fora os enguiços, feitiços ou predestinações, achei por bem exorcizar esse verbo feio. Ainda se tivessem escrito que me vou atirar nos braços de um conhecido, enfim, não é, do mal o menos. Antes isso do que levar eu com algum peso pesado, atirando-se como quem se abandona à minha sorte...
Signos...sina...quem a não tem!

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