quarta-feira, 11 de março de 2015

entre-palavras

O sol lambe-me as feridas antigas e recentes. 
O mar segreda-me navegações. 
Vôos de gaivotas, chegada de andorinhas 
E vozes de kiandas entoando canções. 
Parece-me ver ao fundo escrito na linha separadora - esperança. 
Entre a espuma e os céus. 
Entre o ontem e o hoje. 
Entre o eu que se envelhece e o outro renovável nos dias. 
A cada desencanto, a cada esforço, a cada virar de página. 
Quero navegar neste descanso que a saudade vai intervalar com os afetos. 
Sentei-me no fim de semana. Em frente ao sonho. 
Em frente ao mar da minha ilusão.
Não para observar. 
Não para me fustigar. 
Não para me esquecer de mim.
Sentei-me à espera de ti. 
De tudo o que o sábado traz, para ser feliz.
Sentei-me à espera de mim...

m.c.s.

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