quarta-feira, 2 de abril de 2014

um dia seremos iguais

Há um não sei quê de infinito, no silêncio que me separa de ti.
Sagrado e inatingível.
Celestial...
Em delírio, penso, talvez sejas um anjo de asas brancas, envolto de luz.
Alumiando-me o destino.
Desafiando-me o desejo de me elevar. E subir ao monte mais alto da terra, para tocar o céu e renascer. E assim permanecer.
A contemplar o mundo e o voo do albatroz.
A planície florida de jasmins. Flores de frangipani, doces e singelas, brancas e amarelas, a contrastar com o verde forte e perfumado das casuarinas.
E no tempo das acácias, um tapete vermelho me estenderás, só para me sentir urbana. Mortal. Vaidosa. Uma rosa.
Há um não sei quê de misterioso e belo, irreal, nessa ausência, escondida presença de mim. E da vida.
Um medo, um pecado, ou desamor. Uma renúncia, ou um castigo dos deuses.
Um dia, tenho a certeza, desces à terra e eu subo degraus.
Iguais seremos.
E num abraço maior do que o mundo, muito maior do que o universo e que todas as eternidades, subiremos juntos aos céus.
E verei cumprida a minha sina.

m.c.s.

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