sexta-feira, 3 de outubro de 2014

na rota do albatroz



Um dia tive um sonho. Romântico. Breve. Belo.
Como um voo de albatroz.


Ainda hoje, na dúvida, me pergunto se o sonhei ou se foi o sonho que quis habitar a minha fragilidade de mulher de asa quebrada.
Temporariamente. Fugazmente. Como motivação. Talvez no limite ilimitado do conhecimento, para minha salvação. Para os sonhos não sucumbirem em mim. E os voos não terminarem.
Foi um sonho lindo. Por capítulos. De um livro, que um dia hei-de escrever. Logo que o saiba fazer e me garantam esse saber. Essa isenção. Esse distanciamento de autor. Essa memória do segundo certo, da vírgula justa, da interrogação oportuna, do ponto final. 
Há sonhos com honras de passerelle. Tapete vermelho. Flutes e brindes com champanhe francês.
Há sonhos que têm o perfume de flores de frangipani. o sabor do pão com doce de tomate, a visão do carro da tifa por ruas da minha cidade. 
Há sonhos que têm trompetes e palcos, camarotes e melodias celestiais. Anjos, potes de mel e comboios de beijos. Anseios, paixão, dependência e alma. Gémea. 
Há sonhos que têm as paisagens ilimitadas dos trópicos e o voo gigante dos albatrozes perseguindo os barcos no alto mar.
Há sonhos assim, especiais.
Nunca soube sonhar um sonho assim porque não tive nunca uma alma gémea. Mas mesmo cega, ignorante e adormecida, quis sonhar um sonho maior. 
You anda I...Tu e eu...apaixonados. 
Acordei. Do sonho ficou-me o coração batendo acelerado como o da criança assustada. As palavras que nunca ninguém me tinha dirigido. A declaração d' um quase amor, quase paixão, quase verdade...
Do sonho ficou-me a capacidade para sonhar para sempre.
Do sonho ficou-me a canção. You anda I...

1 comentário:

Unknown disse...

Mária Clara

“... Quero que as Culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro da minha casa,..."
Mahatma Ghandi

Eu também!
Sou brasileira e gostaria de convidá-la para conhecer o meu blog VÍRUS DA ARTE & CIA. (virusdaarte.net)

Beijo no coração,

LuDias