Há sonhos tão antigos quanto eu. Por sonhar...
Marcas do tempo de quem muito viveu no coração de quem quer sonhar.
Como rugas que não acautelei nem quis maquilhar.
Livres desejos de quem muito sonha e tem noites para do tempo se evadir e se inspirar.
Há sonhos que esperam a vez para a história começar.
Não se impõem nem desistem. Não se perdem na bruma da espuma nem navegam ao deus dará das conclusões.
Não são sinaleiros nem policiam a minha vontade de me entregar.
Sabem qual é o seu lugar. Na esquina da vida, na arte da escrita, na noite tão longa, no despertar da manhã. No respirar.
E não se anunciam. Nem arrepiam caminho. Seguros. Antigos. Ali estão, vendedores de sonhos. Só tenho de acreditar.
Há sonhos que vivê-los é mais do que sonhar. É desafiar. A natureza das minhas convicções. Dos meus pesadelos. Da minha vontade de os matar.
Um dia queria agarrar nesses sonhos tão velhos quanto eu e sonhá-los sem rede nem peneira. Sem culpa nem desculpa. Sem intenção de me magoar.
Aquele sonho de final feliz. Que me viesse, das insónias, salvar...
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