quinta-feira, 8 de maio de 2014

viagem (Abril 2014 )

Estou de partida. Não interessa para onde vou.
Partir é mudar. Sair. Procurar. Quiçá, encontrar...
Sigo o trilho, tomo o rumo e desbravo caminhos. Vejo a estrada.
Vou para algures. Recanto de mim, longe. Cada vez mais longe de ti. E eu sei.
Se me vou encontrar, só no regresso o saberei.
Apenas vou. Achar aquela que deixei entre memórias e estórias. Entre paredes e atalhos. Entre estrelas e a lua. Cheia.
Nos livros que desfolhei, nas fotos que tirei. Nos copos onde bebi, nos lençois onde me deitei, cansaço, dor e sono.
Na serra onde descansei o olhar... Perdido. Desejoso de  encontrar a tela de verde, terra e ar. Pintada pelos poetas que habitam aquelas paragens. Que sabem de romarias, alegrias e viagens. E me saúdam à chegada. Com poemas que não escrevi mas sei. De cor. Porque falam de dor e fracassos. Do que perdi e amei. Também do que deixei.
No mar que me solta no horizonte, minha ponte, depois da serra, do rio, do monte.
Ali onde a vida para, a onda clama, e eu me entrego ao prazer da alma mais do que do corpo. Mergulhando, águas mansas, prazer vadio,loucas esperanças. 
Estou de partida, saída, ou apenas no intervalo. Decidida.

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