quarta-feira, 12 de outubro de 2011

divagações VIII


Nunca te pedi nada. Confirmas? Claro que sim.
Nada. Mesmo. Nada que não pudesses dar.
Lembro-me que apenas quis que não me deixasses com as palavras. Suspensas...
Aquelas que te eram dedicadas. Construídas, elaboradas, prontas para tas oferecer.
Partiste sem as levares. Tinhas as mãos ocupadas. E o coração...trancado a sete chaves.
Fechaste a porta, bateste com ela e sem olhares para trás silenciaste-me as palavras, para sempre.
E eu, fiquei de mãos cheias e coração vazio, letra a letra, enlaçadas, sem saber o que fazer-lhes.
Não me fazem falta. Não eram minhas. Estavam-te destinadas...
Perdi a melodia que as acompanhava e deixei de cantar só p'ra te achar na pauta dum trompete que sonhei que te ouvi, um dia.
De vez em quando faço fé na nota musical que me embalou e me levou dançando até aos mares do sul.
Quando isso acontece agarro as palavras que eram tuas e ensaio a canção, tocando-as de esperança e fé. E por segundos, de loucura, acho que te toco...

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