segunda-feira, 26 de setembro de 2016

o Poeta

O poeta tem o poder de dizer o que ao outro custa, na desculpa de ser um deus superior, a ditar-lhe a própria dor. 
O ciúme e a saudade.
A verdade e o amor....
O poeta pode tudo na permissão de sonhar-se, com as palavras da ilusão. 
Numa eterna viagem de alma libertina. Onde reina a (des)coragem da inspiração. 
Deixa-o rir e chorar. Deixa-o escrever e falar, versos de ousadia e solidão. Mas também de convulsiva alegria. 
Sem pudor. Ou satisfação, ao mundo dar. 
Ao poeta só falha o poder de fingir seu solitário sofrer, nos poemas paridos em pranto, das suas mãos. Da pele, dos olhos, do instinto. Do coração. Da sua emoção...
Dor tão forte, como certa é a morte, na dor que a Mulher sente, parindo um filho do ventre seu: 
que rasgando as suas entranhas, lhe chama agradecida, bênção, vinda do céu...

m.c.s.

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