quinta-feira, 15 de setembro de 2016

no Outono há nenúfares

O Verão a despedir-se...
A praia deixa de ser o destino mais desejado. A bola de berlim perde o sabor. O bronzeado amarela-se. As toalhas, os paréos e os biquinis arrumam-se. Os sacos vão para o armário do quarto vazio. Os comboios para a Linha esvaziam-se e a normalidade volta aos residentes; e aos turistas que visitam os lugares. 
Os filmes das tardes longas perdem o interesse quando estou sozinha, que o regresso se faz de noite e é preciso ter cuidado. 
O sol está mais baixo mas as noites arrefecem. A porta da marquise fecha-se e os estores descem. Puxa-se o lençol na deita. Dona Gata quer aconchego e regressa à cabeceira da cama. Tomando assento como sempre. 
Acrescenta-se um edredon na cama. E uma manta na sala. Apetece sopa de feijão. Bolo de chocolate. Chá de gengibre. Tricot. E leitura. Livros devorados com prazer e curiosidade. Poesia. 
O Verão a despedir-se...
O tempo muda. A pele arrepia-se. A noite rouba à tarde mais uma hora. O astro rei, vai entregando os pontos. Chove durante a noite. Num acordo tácito com os dias. O verde do monte acentua-se. E até a dona lua que vai para cheia, parece brilhar mais do que antes.. 
Mudam-se as gavetas. Trocam-se os sapatos, as malas e os acessórios. As cores. A intenção.
Sonho destinos. Felizes. E não sucumbo à nostalgia. 
Os propósitos são diferentes. 
O sentimento é o mesmo. No coração. 
Alimento-o de tranquilidade e alegria.
O Verão a despedir-se, mas eu não.
No Outono há nenúfares...

m.c.s.

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